9.29.2008

MEU ANIVERSÁRIO

ESTÃO TODOS CONVIDADOS.



Beijo

Adri Veríssimo

9.20.2008

A Arvore e o Menino

...Acenou, deu as costas e se foi, me deixou aqui plantada no mesmo jardim. Meu leite secou, minhas folhas me deixaram, nem o vento bate por aqui; o sol parece estar com raiva e a chuva estar por outros mares; mesmo as nuvens não me visitam mais. Me desmancho, balanço lentamente tentando chamar atenção das pessoas que passam pela rua, só que elas apressadas, não reparam, não olham, não me notam. Não sou velha, apenas não tive a sorte de ser frutífera, assim pelo menos poderiam se alimentar de mim, quem sabe assim me notariam perto da calçada. Lembro do menino que sentava, escorando-se em mim, lia seus livros e cantava suas músicas. Um dia ele conversou comigo e sem que eu pudesse perceber, iniciamos uma linda amizade, ele aparecia de vez em quando e isso me satisfazia. O tempo passou e ele se tornou freqüente nas visitas, nosso amor um pelo outro cresceu e eu não conseguia ficar um dia sem vê-lo. Eu mandava mensagens a ele pelos pássaros e ele me respondia com carinhos sem fim. Me apaixonei por um ser humano e isso não podia. Ele se apaixonou por uma árvore e isso também não podia. E como no auge do prazer, do melhor que a natureza pode oferecer, ele foi sumindo aos poucos, talvez por vergonha de eu ser uma árvore. Já não vinha me ver todos os dias, já não me dizia que gostava de minha sombra e do meu cheirinho. Eu adoeci com sua ausência, um dia na semana, depois um dia no mês e depois trezentos e tantos dias, um momento. Sofri pela forma errada de me querer e da forma mal vista de lhe ter. Ele voltou um dia e eu já não tão bela, escreveu “te amo” no meu tronco, andou e ao longe Acenou...


9.15.2008

Depois de uma tarde fria e quente ao mesmo tempo...



A chuva mostrou em verões passados no vidro embaçado do meu carro, que não posso chorar as lágrimas do mundo - não encheria o oceano. Em silêncio, grito, balbucio gemidos. As gotas de orvalho, ou mesmo o frio da madrugada sem cobertor, me resfriam. Há uma partícula ponte-aguda que me cutuca, como vodu, que machuca, dói. Reparando no que sei, no que penso e digo saber, vejo-me confuso, pelo o quê, eu não sei, sei que incomoda. Quando pisei nas terras desconhecidas deste novo mundo, eu cá de mãos vazias, com o coração trancado, solitário; quase fugi, para onde, nem imagino, mas ia e sem medo. Fiquei, seria fraco se assim fizesse. Fico, fui forte há um mês e estou sendo forte hoje. O que eu quero agora, é chorar um pouco, um beijo seu e nada mais.

9.11.2008

Entregue

Anjo,
faz de mim
o que bem quiseres.
Sou teu!

9.05.2008

Resposta

Eu perguntei enquanto estávamos escorados um no outro, abraçados, esperando talvez uma resposta comum, como a minha. Perguntei: "Você tem medo?" - pairou um silêncio de reflexão, de quem pensa em dizer a coisa certa. Enquanto isso eu olhava pro nada e também pensava no meu medo. Pensei comigo: "eu tenho medo da solidão..". O silêncio permanecia, ouvindo-se apenas nossas respirações.
(tempo)
"Tenho medo das coisas sem respostas." - respondeu. Bateu-me como questionamento na hora. Ninguém nunca me respondeu algo assim, quando perguntei.
Fui para casa pensando: Temer o que não tem resposta é talvez temer a vida, ela não tem resposta. A partida, o adeus, não tem resposta. Quem poderá questionar o que se teme? Eu temo não poder amanhã estar com você, isso terá resposta? Se não tiver, eu também sentirei o teu medo.

9.01.2008

Volta de Férias...

Estou aqui do outro lado da cidade, para alguns, do outro lado do país, para alguns, do outro lado do mundo, para alguns, do ladinho, para alguns, mas estou de volta para todos. Disposto a escrever tudo o que me passou nesse curto mês de férias. Tive inspirações, mas não muitas, pois não pensava em nada - pensava na lua, mas nada de surpreendente; pensava no mundo, só que ele não me vinha como algo a ser comentado. Pouco pensei neste mês, mas eu vivi...e como vivi. É como Drummond dizer "...mas eu amei...", eu digo que neste Agosto, eu sorri, sorri por não ter motivo pra chorar e mesmo quando tinha, não sorri. Trouxe uma frase de um filme que assisti nessas férias:

"Iluminar tudo. Iluminar e só. Iluminar pra sempre. Esse é meu lema e do sol."

Voltei, feliz e com energia pra mais um ano.

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Peço desculpas "Meus Queridos Amigos Blogueiros" pela ausência, mas estou de volta e volto a "lê-los" o quanto antes. Estou com muitas saudades!

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Obrigado pelos comentários e pelos sêlos "Queridos".



Grande beijo

Adriano Veríssimo