11.26.2009

Ultima carta...

Eu pensei em escrever em forma de poesia, ou uma crônica, ou pelo menos embelezar as palavras para te explicar algumas coisas, ou mesmo expor o que eu sinto agora; mas mesmo todas as palavras condecoradas, enfeitadas não expressariam o que eu sinto ao escrever esta carta.
Lembra quando saíamos noite a fora, sem rumo, sem anseios, só nós dois e mais nada, e como cúmplice de noites lindas, lá estava ela, a lua, sorrindo pra nós e uma estrela que nos advogava com nossas loucuras e inconseqüências. Eu sinto saudade sabia!? Pois a gente era feliz, disso não tenho duvida. Eu sempre procurei um amor, um amor que pensei nunca encontrar, mas eu encontrei, talvez não tenha sido amor, mas também não foi pura paixão. Paixão é uma criança empolgada, que adora o que é novo, quer correr, brincar e quando enjoa, deixa o brinquedo de lado e procura um novo. Amor é a paixão envelhecida, calma, tranqüila, sem grandes emoções e que já sabe lidar com o outro. Eu gosto da adolescência, aventura, mochila nas costas, ser inconseqüente, viver do novo e do novo respirar, adolescência, não me chame de paixão e de amor! O amor é muito velho, por isso vivo do meu coração adolescente.
Sabe?! A nossa paixão acabou, o amor eu não tenho certeza se houve, mas a “adolescência” foi boa demais, mas tudo passou, como um caminho que chega ao fim e como um mundo que já se explorou. Eu tenho medo, medo do que pode acontecer, acho que é melhor parar agora, do que fazer um mal maior. Sim, eu sou covarde, mas por gostar demais de você e por não saber como lidar com esse sentimento e com a pessoa especial que você é, é que deixo aqui minhas lágrimas pesadas, para seguir o meu caminho, um caminho incerto, pode ser errado, mas o que eu quero agora; um caminho escuro, mas eu quero, eu preciso, agora é hora, de fazer sozinho...e longe de você.

Beijo com carinho,


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by Adriano Veríssimo
[carta escrita para o espetáculo A ESPERA - Nucleo Sesi de Osasco / Piratininga]