12.27.2007

Aprendi com a vida, o meu jeito de viver...

O que eu não aprendi foi que pra ser homem, tinha que suportar uma lata de concreto e suar debaixo do sol. Saber que homem não chora, agüenta, firme. Meus pais não me ensinaram a sonhar, aprendi nos contos de fadas, que assistia sozinho, sem companhia, e ouvia minhas músicas, bregas, e pintava meus quadros, feios, e assistia as novelas, e almejava a tv, e queria os palcos e queria a vida, e queria ser feliz. Enclausurado, minha infância não foi nada invejável, porém não reclamo do que passei, das brigas que assisti, das bebedeiras de final de ano dos meus familiares, a minha solidão no quarto escuro, e a minha felicidade de dançar a noite toda, sem saber o futuro que estava por vir.

Não me ensinaram a olhar as nuvens e imaginar formas e imagens. Sonhava em andar de avião e colocar o braço pra fora da janela e pegar um pedaço da nuvem pra mim. Minha avó, como quase todas as avós, tinha aquele calendário com a imagem de N. Sra. Aparecida, e nessa imagem tinham vários anjinhos em volta, e ela em cima das nuvens, e eu imaginava, que quando andasse de avião, viria a imagem e muitos anjos em volta dela. Nunca achei a imagem bonita ou feia, sei da lenda que ela tem, mas esse misticismo, essa crença exarcebida, sempre me trás uma curiosidade para conhecer cada religião, ou cada ponto fixo de energia e crença. Quando cresci, e viajei de avião, não consegui pegar a nuvem, e nem vi os anjos, nem a imagem, mas o sonho continua.

Ninguém me ensinou a sentir raiva, mas já senti e muita, de pessoas que pensavam que a criança, que achava que era ator, que pensava que sabia alguma coisa, aquele mascote de grupo amador de teatro, que mal falava, resmungava, no entanto sabia de seus sonhos, e de seu caminho predestinado. Era rejeitado por alguns, sim, algumas meninas mais velhas, que eram putas, dadeiras, e que não gostava daquele menino prestativo. Alguns caras, bichonas, alguns dadeiros também, não fazia questão de um menino de onze anos num grupo, onde o gozo espirrava a torto e a direita. Eu agüentava, me divertia com algumas coisas, porém aguardei, e dessas pessoas, não me lembro, e nem me faz falta.

Não me ensinaram que o amor não tem por que e nem por onde, não tem tamanho e nem diâmetro. O amor chegou a mim há muito tempo, aos cinco anos de idade, ou aos seis? Não me lembro exatamente. Lembro-me apenas que minha mãe me pegou algumas vezes chorando, e eu não sabia o por que do choro, mas sabia que doía, doía muito. Eu desenhava, não sabia escrever, eu falava sozinho, eu sonhava, eu tinha minhas excitações, e como sempre, nunca medi esforço para demonstrar que aquela pessoinha, pequenina, criança como eu, era meu amor, e aprendi que crianças amam mesmo, elas são sinceras, pois não precisam de beijo, nem sexo. Elas gostam de cartas, elas gostam de assumir o tal namoro, elas sentem-se bem, por estar junto, e o sorriso de amor de criança é branco, como o algodão doce do céu da imagem do avião e da falta, da saudade que tenho do "amor inocente" que senti, e que ainda sinto.

(Adriano Veríssimo 26/12 14h40)

12.21.2007

Retrospectiva 2007

RETROSPECTIVA 2007

Espetáculos 2007: "O assassinato do anão do caralho grande" Bicha Lili (01/2007)
"Yerma" Macho (04/2007)
"Paixão de Cristo" Judas (04/2007)
"Fulana dos três santos" Janueldo (06-08/2007)
"Em um mar de Sangue, afogado" (07-12/2007)
"Balaio" Rei do Congo e Coro (08/2007)
"A Orquestra do Bicho Papão" Anjo Ariel (08/2007)
"Minha Nossa" Ramar-Remar-Rimar-Romar-Rumar (06-12/2007)
"O 3º Travesseiro" Padre (12/2007) Performance


Momento Marcante (teatro): Praça de Birigui, ultima apresentação, "Fulana dos 3 Santos".

Momento Amizade: Casa da Noemi (após aniversário de Mayara)

Dias Marcantes: Fim de Semana do meu aniversário (Mágico!)

Realização (conquista): Núcleo Estep

Um presente: DVD de Bethânia, Filipe Macedo (meu querido irmão!) e a Estrela de canela, Val Ribeiro (meu querido amigo).

Um amigo Revelação: Hugo Henrique

Uma amiga Revelação: Luh Quintans

Uma frase: "O preço da morte, é a tortura de viver" (Adriano Veríssimo)

Uma frase dedicada a mim: "“Nem palavras duras e olhares severos devem afugentar quem ama; as rosas têm espinhos e, no entanto, colhem-se" (William Shakespeare)

Uma transa: Praia de Taperapuã (Porto Seguro).

Um lugar: Arraial d´Ajuda.

Um sensação boa: Me assistir no Festival Internacional de Cinema de São Paulo, em Agosto deste ano.

Momento triste: Velório de minha Avó.

Perfume do Ano: Marina de Bourbon for Men

Show do ano: Maria Bethânia no Citybank Hall

Disco: "Mar de Sophia", Maria Bethânia.

Intérprete Nacional: Isabella Taviani

Intérprete Internacional: Julieta Venegas

Filme: "Perfume", direção: Tom Tykwer

Diretor (cinema): Ansgar Ahlers (Taxi to Daydreams)

Ator: Lee Thalor, "A Pedra do Reino"

Atriz: Lilih Curi, "Frida Kahlo"

Espetáculo: "Wotan", direção: Fabio Mazzoni e Sandro Borelli

Texto: "Minha Nossa", Carlos Alberto Soffredini

Livro: "Apartamento 41" Nelson Luiz Carvalho e "Pavilhão 9" Hosmany Ramos

Poesia: "Poesia" Antonio Vieira

Poesia minha: "Despido"

Blog: Alexandre Hallais - O casulo do Escritor
Kari - Botando pra Fora


Obrigado a todos que participaram da minha vida, mesmo que virtualmente.

Um Ótimo Natal e um Novo Ano com realizações fantásticas.

Como diz meu coraçãozinhu " BONS VENTOS "



Beijo

Adriano Veríssimo

12.18.2007

Perdido na Noite

A noite já não me interessa
Se você não é a buzina dos carros
Faróis acesos reluzentes
como você, altruísta.
Perdido, vago pelas ruas de São Paulo,
Leve!
Abnego meus anseios, pelos teus ombros.
As pick-ups e as luzes, o som alto e o absinto
não têm o mesmo sabor, a diversão
que tanto fazia bem
hoje é tormento de um paulistano
paulistano que não sofre, não vê,
se encontra, ama. Acho eu.
A sua boca não tenho
se é que algum dia tive.
As vésperas do Natal
E fico assim, solitário, na minha solidão.
Não estou bem, muito menos mal
com sono, talvez.
Mas tive a certeza, nessa noite
que você é o que falta para minha vida
ter o sentido que tanto procuro
tanto necessito
Fadiga!
Te vejo amanhã?
Que bom, talvez amanhã esteja melhor,
podendo disfarçar a falta que tua presença
me faz.
Perdido na noite, vago, sem você...
...infelizmente.

(Adriano Veríssimo)

12.13.2007

Roupa molhada...

Roupa Molhada

Vim aqui te ver, saber como você está
E percebo que está bem
Essas lágrimas nos teus olhos são nocivas,
tenho certeza que são da mais pura alegria.
Eu vim aqui por vir,
Não são o por que exatamente
Perguntei-me isso quando acordei
Sozinho na cama desarrumada por nós dois
Não precisa se incomodar, elas secam,
minhas roupas vão secar
a chuva já está passando.
Aceitaria despetalar cada flor, e o bem me quer
seria meu peito a retumbar
O mal, que me quer, não seria a ultima lembrança.
Eu sei
Você me disse, ou pelo menos, tentou dizer
na ultima vez...
sei que sou especial pra você,
sei que o que sente é forte,
mas não precisa repetir,
eu vim parar aqui por algum motivo
que não me lembro
talvez pelo amor
que ainda tenho.

( Adriano Veríssimo )

12.11.2007

Dentro do mar tem rio...

Esse post será grande, mas vale a pena ler.

Hoje explico o por que de tanto "Maria Bethânia" na semana passada. É que estava me preparando para o seu show no sábado, dia 08/12, no Citybank Hall.
Não seria pieguice alguma dizer que o show foi maravilhoso, e que tiveram vários momentos que saí de mim e viajei em outras dimensões. O show é poético, é forte, ainda mais que era dia de Iemanjá, então o público estava sedento e ela, Bethânia, radiante. Tive o privilégio de sentar na primeira fileira, com meu querido amigo Val. Puxa e como esse show foi marcante pra mim nesse ano de tantas lutas, tantos encontros e desencontros, ele veio para fechar com chave e com ouro esse ano. Val e eu, nos esbaldamos nessas duas horas de show, intenso, cada música, cada verso dito, cada poesia declamada.

E claro, é sempre um prazer expor aqui esses momentos bons da vida. Por isso, aí vai um texto do show, chamado Ultimatum. Esse texto foi o calafrio, o breu e a emoção, do momento.

Mandado de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu reles esnobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade e tu, da juba socialista, e tu qualquer outro.
Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles todos.
Monte de tijolos com pretensões a casa
Inútil luxo, megalomania triunfante
E tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir.
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular
Que confundis tudo!
Vós anarquistas deveras sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vos que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo
Passai, aristocratas de tanga de ouro,
Passai frouxos
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa, descascar batatas simbólicas
Fechem-me isso a chave e deitem a chave fora.
Sufoco de ter só isso a minha volta.
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas
Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão!
E o mundo quer a inteligência nova
O mundo tem sede de que se crie
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir o mundo novo.
Proclamo isso bem alto, braços erguidos, fitando o Atlântico
e saudando abstratamente o infinito.

(Ultimatum - Álvaro de Campos 1917)


"Amor é sede, depois de se ter bem bebido."


"Quando eu morrer, voltarei para buscar os instantes que não vivi junto do mar."

"Pedrinha miudinha de aruandaê, lajedo, tão grande, pedrinha de aruandaê"


"Marinheiro, marinheiro, quem te ensinou a navegar? Foi o tombo do navio, foi o balanço do mar..."


"Debaixo d´agua tudo era mais bonito, mais azul, mais colorido, só faltava respirar, mas tinha respirar, todo dia..."

"Agora que agora nunca agora posso recuar, agora sinto minha tumba, agora tuma a retumbar.....Agora meu avô já vive, agora meu filho nasceu, agora o filho que não tive, agora criança sou eu..."



" É meu querido amigo, a vida nos proporciona momentos e pessoas assim, amigos, que não sabemos explicar, mas que são essenciais para a nossa felicidade..." Obrigado Val por ser quem és. "Amigo não se faz, reconhece..."
"O poeta é um fingidor, finge tão completamente, que a fingir que é dor, a dor que deveras sente..."


"Pensar em quem se ama, é como ficar a beira d´agua, esperando que o riacho, uma hora, esbarre de correr"


MOMENTO INESQUECÍVEL! SHOW GUARDADO AQUI DENTRO!

12.07.2007

Destinos Traçados

O dia-a-dia e a vida de ator nos prega algumas peças, e não falo de peça como espetáculo, digo peça de situações engraçadas. Como em todas as áreas, no meio da arte, é claro, existem alguns picaretas. Alguns que se passam por nomes conhecidos, ou montam em pessoas renomadas, pelo simples fato de achar que as pessoas caem nessas lorotas.
Carmen Amaral. Quem é essa? Ela se diz prima da Maria Adelaide do Amaral. Se diz. Ontem, meus amigos (Val Ribeiro, Alê Amazonas, Madú Ferreira e Fabrícia Nascimento) e eu, fomos participar de um teste, uma seleção para um espetáculo chamado "Destinos Traçados", nome bacana, eu pelo menos achei, forte, porém forte mesmo foi a lorota dessa tal, chamada Carmen Amaral. Digo a vocês, uma figura. A princípio, quando o Val e eu fomos chamados, por ela, para fazer esse teste, ela falou um pouco demais, se promovendo demais, logo disse para o Val "Não gosto dessas pessoas que falam demais, quem fala não faz, não é...", mas tudo bem, estava de folga ontem, não tinha ensaio e nem apresentação, nos encontramos e fomos rumo ao hilário, a cena imperdível. Convidamos duas amigas para participar (Madú e Fabrícia) e o Alê apareceu por acaso, e essa "maluca" já o colocou no elenco, só que ele nem sabia o que tava fazendo ali. Cena engraçada. Essa mulher falava pelos cotovelos, e se promovia, e se contradizia, falava mal dos globais, de teatro comercial, mas depois dizia que eles eram bons. Vou colocar como falas algumas situações. E só pra reforçar, Jô, era uma das duas amigas que estavam lá, dizendo ser atriz, duas jecas, perdoem-me.

Carmen - A gente vai dividi tudo igual. A gente vai levá lá pra fora, por que aqui no tendal num dá. Eu já apresentei aqui dez ano, e aqui num dá...
Adriano - Por que aqui não tem movimento, público.
Carmen - É isso. Tá vendo Jô!? (Jô balança a cabeça concordando) Maravilhoso! Disse tudo.
Adriano - Esse diretor, Jorge Santos, ele tá trabalhando agora? Ele já fez o que?
Carmen - Ele é diretor. Tá trabalhando com umas coisa, mas ele vai dirigi a gente e num vai cobrá nada. O cara é bom, tem uma bagage. Eu fiz um curta cum ele, maravilhoso. Ele tá dirigindo um curta...(tempo)...Não um looonga. É, maravilhoso, é isso, num é Jô? (Jô balança a cabeça concordando)..humildade.

(passado um tempo, e mais blábláblá)

Carmen - Essa peça a gente vai cobrá R$ 50,00, por que as pessoa não assisti peça de R$ 5,00, neh Jô?!
(Jô balança a cabeça afirmando)
Adriano - Eu só acho que é melhor ter público pagando R$ 5,00, ter uma boa repercussão, do que ser cobrado R$ 50,00 e ter meia-duzia. Afinal, o valor tem que estar de acordo com a qualidade do espetáculo.

Noooossa, depois disso a mulher virou um bicho comigo. Ela falava e falava e não olhava pra mim. E eu achando engraçado até um certo ponto, mas foi me irritando, afinal estava perdendo tempo com aquele blábláblá todo. Enquanto o Alê, nhonho, só ria e concordava, e o Val fazia uma cara de "é verdade", mas por dentro "que merda!", eu me irritava. E não aguentei:

Adriano - Carmen....Carmen...Carmen...(ela não deixava eu falar)
Carmen - Por que eu quero ganhar, por que tem muito playboyzinho de 15 anos que quer ter publico e ganhar merréca, gente que pensa pequeno, é bom saber, por que pessoa assim nem quero no meu elenco. Tô certa? Num tô Jô?! (Jô balança a cabeça concordando).
Adriano - Carmen? Dá pra ouvir agora? (já alterado) Eu escutei até agora esse um monte de baboseira...(ela continuava falando, resmungando)...Agora você vai ter que ouvir...
Carmen - Anh! Pode falar...mas pensa pequeno...(resmungando)
Adriano - Tá bom! Agora quem não quer falar com você sou, eu falo pra elas duas. Afinal se é um trabalho sem recurso, não tem que ficar pensando em grana. Isso é viver de ilusão. E não vou aceitar você dizer que não estou no seu elenco, afinal, eu nem sei que merda de trabalho é esse? Cadê esse diretor? (Carmen tenta começar a falar)...
Carmen - E nós três aqui vamo apresentar no Teatro Municipal dia 25.
Adriano - (dissimulado) Aé? Que bom. Eu vou assistir vocês.
Carmen - Não! Não vai, por que é fechado.

( Todos sabemos que no Municipal só tem apresentação de Dança, Ópera ou Orquestra. Se elas fizerem uma dessas coisas, eu digo, elas são completas - risos)

Adriano - Olha, eu não quero falar com você, te ignoro, tudo isso daqui é ridículo. Eu não fico numa porcaria de trabalho como esse. Aprenda a trabalhar, fale menos minha filha...(me levanto e junto o Alê e o Val, nisso aparece Madu e Fabrícia, perdidinhas. Enquanto isso o Alê fixo nela, pois mexia numa sacola, e ele com medo dela sacar uma arma, ele pronto pular nela e meter porrada se isso acontecesse - risos e risos - e eu nem prestando atenção nessas suas ações)...Adorei conhecer vocês duas, boa sorte nesse trabalho de vocês, se é que existe, e bom te conhecer Carmen, muito boa sorte pra ti...(saem os cincos)

Eu puto com toda aquela encheção, e ao mesmo tempo achando engraçado. E claro, não poderia acabar a noite sem uma cerveja e um café, todo mundo rindo muito dessa situação. Que, realmente, foi hilário.

"Maravilhoso! Disse tudo. Tá vendo Jô!? (Jô balança a cabeça concordando)"

Momento marcado pra história.

12.05.2007

Estréia - MINHA NOSSA

Chega aos palcos de São Paulo, depois de um longo processo, o espetáculo "MINHA NOSSA" de Carlos Alberto Soffredini, com direção de Renata Soffredini.



Elenco: Adriano Veríssimo, Alex Morales, Fernanda Sanches, Ian Soffredini, Jefferson Coimbra, Luh Quintans, Marina Bastos, Marcos Barros, Regina Arruda, Silmara Garciah, Silvio Giraldi e Soraia Revelino.

Direção Musical e Músicas: Maurício Caruso
Cenário e Figurinos: Anike Laurita
Iluminação: Leandro Luz
Preparadora Vocal: Ariane Pedra
Preparadora Corporal: Valeska Guarita
Preparação do Ator Linguagem Estética Soffredini: Eduardo Coutinho
Maquiagem: Luh Quintans



Horário: Quartas-feiras, às 22h30 Duração: 105 minutos
Preço: R$ 20,00

Abertura uma hora antes do espetáculo. Aceita dinheiro e cheque.
Aceita reserva por telefone. 14 anos.


Temporada: Estréia dia 5 de dezembro (imprensa) quartas-feiras, às 22h30 até 19 de dezembro. Em 2008, o espetáculo retorna aos palcos com apresentações nos dias 21 e 28 de janeiro, e 11 e 18 de fevereiro, segundas-feiras, às 21h.


Espaço dos Satyros II
Praça Roosevelt, 124


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CONTO COM VOCÊS POR LÁ!!


Beijo

Semana "Bethânia" - Última

Última

Poesia
Antonio Vieira

A nossa poesia é uma só
Eu não vejo razão pra separar
Todo o conhecimento que está cá
Foi trazido dentro de um só mocó
E ao chegar aqui abriram o nó
E foi como se ela saísse do ovo
A poesia recebeu sangue novo
Elementos deveras salutares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo

Os livros que vieram para cá
O Lunário e a Missão Abreviada
A donzela Teodora e a fábula
Obrigaram o sertão a estudar
De repente começaram a rimar
A criar um sistema todo novo
O diabo deixou de ser um estorvo
E o boi ocupou outros lugares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo

No contexto de uma sala de aula
Não estarem esses nomes me dá pena
A escola devia ensinar
Pro aluno não me achar um bobo
Sem saber que os nomes que eu louvo
São vates de muitas qualidades
O aluno devia bater palma
Saber de cada um o nome todo
Se sentir satisfeito e orgulhoso
E falar deles para os de menor idade
Os nomes dos poetas populares

( CD - Pirata 2006 )

12.04.2007

Semana Bethânia - Sexta

Sexta

Um encontro de dois
Olho a olho
Cara a cara
E quando estiveres perto
Eu arrancarei teus olhos
E colocarei no lugar dos meus
E tu arrancarás meus olhos
E colocarás no lugar dos teus
Então eu te olharei com teus olhos
E tu me olharás com os meus.


Texto de Moreno
( Disco Rosa dos Ventos - 1971 )

12.01.2007

Semana "Bethânia" - Quinta

Quinta

Eu quero ser possuída por você,
Pelo seu corpo,
Pela sua proteção e pelo seu sangue.
Me ama,
Eu quero que você me ame e
fique eternamente me amando dentro de mim,
com sua carne e o seu amor.
Eternamente, infinitamente dentro de mim,
me envolvendo, me decifrando,
me consumindo e me revelando.
Como uma tarde dentro do elevador no verão voltando da praia,
e você me abraçou e eu te abracei.
Quanto mais eu me entregava, mais nascia o meu desejo,
mais sobrava só o desejo e mais eu te
Queria sem palavras e sem pensamentos.
A vida inteira resumida só no desejo da tua boca dizendo o meu nome,
da tua mão conduzindo a minha mão,
Do teu corpo revelando o meu corpo
como se o mundo fosse pela primeira vez.
Você, meu ponto de referência nessa cidade !

Texto: Eu quero ser possuída por você de José Vicente
(Programa de Espetáculo do show Pássaro da Manhã - 1977)