2.28.2008

A noite

A noite

Antes de chegar
passei ali
virei aqui
e nada de começar

Depois que chegar
pegarei aqui
beijarei ali
e nada de acabar

Quando começar
Sussurrarei
morderei assim
e nada de recuar

Após o suor
esfragarei assim
enxugarei
e então é só recomeçar

(Adriano Veríssimo)

2.20.2008

Eu aqui, de novo....

Estou em falta com meu canto, eu sei, mas é que a correria do dia-a-dia me impede um pouco de expor o que vem acontecendo em minha vida. Uma transformação, mais uma, melhor dizendo. Ando feliz. Com tudo e com o mínimo, venho aprendendo nessas ultimas semanas, aprendendo e aprendendo, e isso é tão bom.

Estou terminando de ler um livro, um livro que tem uma temática, um público, digo...específico, porém o conteúdo é de uma sensíbilidade, uma verdade, além de espírita, o livro tem uma linguagem cotidiana, o que aguça a leitura. Falo de "O preço de ser diferente" de Mônica de Castro. O livro não é pequeno e nem grande, tem trezentas e cinquenta páginas, e não tem como parar para ler e não ler pelo menos cinquenta delas. Confesso que chorei, no começo e no meio, ainda não terminei. A história de Romero, é comovente. Não vou falar muito, espero que tenham a oportunidade de lerem esse livro, e saibam que o "preconceito é a peste da humanidade".

A musica que ouço neste momento: "No One" da Alicia Keys.

Quero dizer algumas coisas para algumas pessoas, que pensei muito nesses ultimos dias, sendo que muitas delas não tenho falado frequentemente, mas mesmo assim são importantes a mim. Digo:

Hugo - Corre, o tempo é agora. Alça seu vôo, tenta de novo e nada contra a corrente. E se lhe faltar o ar, lembre-se de amar. Amor é oxigênio. E lembre-se: ESTRADA, não tem fim, uma estrada acaba sempre em outra estrada.

Filipe - Põe um pouco de mel no teu sorriso, como se morde a polpa de uma fruta. Saia um dia caminhando pela estrada como quem não quer chegar, só caminhar. Se encontrar um rio, se joga dentro dele como se o corpo fosse feito de água fresca. E se a vida doer dentro de ti, deixe que rebente.

Val - Alguém cegou-se por minutos, e por minutos não viu o que passou diante de seus olhos. Uma luz se aproximou, um anjo talvez, que lhe trouxe a visão, a felicidade e o prazer de enxergar que tanto de lhe fazia e lhe faz bem. Quem sabe, talvez, um anjo, negro...E desde então a luz tem um dever, não se apagar, jamais.

Carol - A flor trás espinhos, e não deixa de ser bela por isso. Ela machuca aquele que a trata com agressividade, mas mesmo assim enfeita o ambiente. Ela murcha se não cuidada, morre se não amada e quem ousa despetá-la por um jogo qualquer de bem-me-quer, jamais saberá o valor dela para um florista. Assim é a vida.

Noemi - Palavras duras não são bem recebidas normalmente. Cada um tem o que merece ter. E para cada qual existe o começo e o término de um ciclo. Não queira sair por aí vagando, como uma folha sem rumo, pois mesmo a folha tem um motivo onde chegar. E pense: não há mais passos, se a musica parou de tocar. Para tudo há uma missão, e a missão pede tempo....agora.

Madú - Desperta da primavera, que o verão está próximo. As ondas não batem na praia, sem antes passar pelos tremores do oceano. O coração pulsa saudoso e alarga o anseio do riso intenso e belo que a porta está.

Murillo - Conte as horas como segundos, os dias podem parecer longos, mas são eles conta gotas de uma vida de magnitude que ainda está por vir e surpreender os teus caminhos.

Charles - Sorria, quando a vontade é chorar. Faça o contrário do que sente, nem tudo é tão aparente e nem presente quanto os olhos mentem em ver.

Rafael - Seja neste momento o vento e não uma fagulha solta no ar. Tome a vida com a mão, seja ela sua e não contrário.

Mayara - Olhe, repare, não deixe passar. Momentos são únicos.

Ana Paula - Seus passos não são os pulsos do teu coração. Não faça de seus batimentos cardíacos o movimento de seus caminhos.


Não sei por que disse isso, e pra essas pessoas, mas quis dizer e está aí.
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Teatro

* Ainda estou em temporada no Satyros II, toda sexta e sábado a meia-noite, espero vocês por lá.

* Assisti o espetáculo Vestido de Noiva dos Satyros, mesmo gostando do trabalho deles, há anos, esse me faltou algo, me faltou verdade.

* Vi também "Simpatia" com a Leandra Leal e Xuxa Lopes. Neste espetáculo uma atriz me surpreendeu, uma ruivinha, não sei o nome dela, assim que souber conto como foi. Ela é ótima.

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Aniversário

Quero desejar meus mais imenso PARABÉNS para meus Corações "Madú e Denise", essas pessoinhas que amo muito e desejo tudo de melhor nessa vida.

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Queria agradecer...Fê, obrigado pela tua existência em minha vida...te amo!

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Cicero, meu querido, saudade de ti! Imensa saudade!

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Edinho ainda precisamos nos falar sobre o musical, sei que estou em falta contigo. Perdoe-me! Vamos nos falar...


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Acho que é só...


Beijo

Adriano

2.12.2008

Sonho Impossível

Sonho Impossível
Maria Bethânia
Composição: Chico Buarque e Ruy Guerra


Sonhar mais um sonho impossível
Lutar quando é fácil ceder
Vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacável
Romper a incabível prisão
Voar num limite provável
Tocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questão
Virar este mundo, cravar este chão
Não me importa saber
Se é terrível demais
Quantas guerras terei que vencer
Por um pouco de paz
E amanhã este chão que eu deixei
Por meu leito e perdão
Por saber que valeu
Delirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como for
Vai ter fim a infinita aflição
E o mundo vai ver uma flor
Brotar do impossível chão

2.01.2008

Por onde anda?

Eu tenho as mãos e os pés atados dentro de mim, qualquer movimento em falso leva-me a crer que sou o que posso e o que posso ser, exito. Tenho luz nos ouvidos e sons na boca que mesmo diante do semblante que me trago faço do homem um reflexo meu, uma noite oculta, de guizos distantes. Passo posto a frente, desejo de corrida, mas vejo nela a falta que faço, nos dias sem fim e sem volta. Uno minhas lembranças, e os nossos abraços de criança, que ficaram escritos em nossos cadernos coloridos. Escola de um dia serem bons amigos, se assim tiver que ser, onde anda você? Que aos poucos se foi e a anos não vejo. Não lembro seu nome, era Andréia, Liliana, Maitê ou Mariana? Tanto faz, adorava ter nomes artísticos. As confissões de crianças adultas, os desejos irrustidos de moleques atrevidos, que com cartas eram expressadas e lidas em céu aberto no parque e na praça. Vanglória minha te ter por um minuto, por um segundo nesses tempos bons de pirulitos voadores, pelo que hoje me esqueço das coreografias que fazíamos, dos beijos de novela de suspirávamos e das brigas que nunca tivemos.

Quieta, lúdica, inteligente, sonhava em ver o mar, dizia nunca amar, pois o amor era para loucos, sim, loucos, e não éramos loucos, éramos leitores de gibis, de livros espíritas, mesmo não entendendo, sabíamos que estivemos juntos em outras vidas. Paciência, balões, verdade, o aniversário que não passamos juntos e o choro da mudança. Tudo se faz hoje distante, minguante, puras lembranças das mais puras aventuras de criança, dos sopros nos machucados meus, dos olhos cruzados nos sermões dos pais seus, das cantigas, das pimentas, dos cafés adocicados de sua avó e dos pés pretos de rua. Marica, Bolêro, Moleques. Foram os dias, as noites, as tardes, os dias inteiros, os pedaços deles. Pelo que não foram, serão e pelo os que serão, tristes somente, pois cadê você? que não vejo mais, que não me faz mais bem, nem mal. Cadê você? Menina Pica-pau.

[suspiro]



(homenagem a uma amiga que se foi e não sei se voltará, minha lembrança, seu apelido era Pica-pau. Meu desenho, animado)