11.29.2006

Minha Versão em Pablo Neruda!



Gosto muito de ler Pablo Neruda, e como poeta Chileno, obviamente suas poesias são em espanhol, o que se torna um pouco mais difícil compreender seu raciocínio, mas tem parte de um poema seu que gosto muito e que me identifico muito, que é:

"... Yo soy aquel hombre rodado por tantos kilómetros y sin existencia:
soy piedra en rio que no tiene nombre en el mapa:
soy ele pasajero de los autobuses gastados de Oruro y aunque pertenezco a las cervecerías de Montevideo en la Boca anduve vendiendo guitarras de Chile
y sin pasaporte entraba y salía por las cordilleras.
Supongo que todos los hombres dejan equipaje:
yo voy a dejar como herencia lo mismo que el perro:
es lo que llevé entre las piernas: mis bienesson ésos.

Si desaparezco aparezco con otra mirada: es lo mismo.
Soy un héroe imperecedero: no tengo comienzo ni fin
y mi moraleja consiste en un plato de pescado frito...."

( Pablo Neruda )

Na minha versão, de acordo com minha vida e com os dias de hoje eu me baseio nesse texto dessa maneira:

"...Eu sou aquele homem com tantos quilômetros rodados e sem existência: sou pedra num rio que não tem nome no mapa: sou o passageiro dos ônibus gastos dessa cidade e pertenço a qualquer boteco que tenha uma boa cerveja gelada, nas ruas de São Paulo vendo convites de meus espetáculos; e sem passaporte entro e saio nas vidas mais distintas.
Suponho que todos os homens deixam bagagem: eu vou deixar como herança o mesmo que o cachorro: o que levo entre as pernas: os meus bens são esses.

Se desapareço, apareço como outro olhar: é a mesma coisa.
Sou um herói imperecível: não tenho começo nem fim
e a minha moral consiste num prato de petiscos... "

Bjo grande,

Dri Veríssimo.




















( Foto tirada Tânia Gomes - Senac / Aula Renee - Técnicas Circenses )

11.28.2006

Federico Garcia Lorca!


Sempre ouvi falar sobre Garcia Lorca, tudo bem, ouvi falar é normal, porém neste domingo assisti uma espetáculo no Sesi chamado " Sem temer o vento e a Vertigem " que era baseado livremente em textos de Brecht, Mário Quintana e Lorca ( por coincidência era dirigido por ex-professora minha de Teatro a Fátima Campidelli, que deu aulas no Sesi de Osasco/Piratininga e agora está fazendo um trabalho muito bom por sinal em Marília com esse grupo ). Eu sabia que já não seria um espetáculo normal, afinal já contava com Brecht e Quintana, dois homens fodidos como poetas, dramaturgos, escritores e por aí vai, porém Lorca como já disse, só tinha ouvido falar, nada que me atraísse muito, no entanto fiquei estático depois do espetáculo, ele contava um pouco sobre a casa de Bernarda Alba - Puta que o pariu! Cara fudido também! - e não deu outra nesses dois dias, comecei a pesquisar sobre a vida de Garcia Lorca, e descobri que como todo GRANDE POETA foi perseguido e morto na perseguição que varreu a Espanha durante a Guerra Civil, pois diziam que seus textos eram mais perigosos que um rifle - Claro, os intelectuais incomodavam - para quem não entendeu muito, foi como a Ditadura aqui, só que na década de 30.

Tenho muito que ler sobre o Lorca, já li algumas de suas poesias, que são assas preciosas e emocionamentes e estou lendo agora " Bodas de Sangue " que até onde li e também as críticas que encontrei, o texto do caralho! rs. Quando terminar de lê-lo contoi o que achei, mas adianto que estou gostando, e muito.

" Para Federico o teatro não foi alguma coisa nova ou diferente de seu trabalho habitual, mas uma síntese de todas as suas vocações. Muitas das poesias que não escreveu assumiram forma e humanidade no teatro, como se García Lorca as amasse com a maior ternura..." (Rafael Alberti)

" Creio que ser de Granada me inclina à compreensão simpática dos perseguidos. Do cigano, do negro, do judeu, do mourisco que todos nós levamos dentro. Granada cheira a mistério, a coisa que não pode ser e, no entanto, é. Que não existe, mas influi. Ou influi precisamente por não existir " (García Lorca)

" Do que brincam os meninos que serão ´tontos puros`, isto é, poetas " (García Lorca)

" A Morte se disfarça em Amor " (García Lorca)

" O teatro Federico Garcia Lorca, está tão embebido de raízes líricas que não é possível avaliá-lo separando o poeta do dramaturgo " diz o crítico espanhol Valbuena Pratt.

( na foto Federico Garcia Lorca aos 26 anos )



Bom por hoje é só. Beijo Grande,

Dri Veríssimo

11.23.2006

MuSiC!

Como todos sabem, sou fã de bons textos, bons poemas, boas releituras e claro de uma boa MPB, porém estive ouvindo esses dias uma musica de uma cantora, que não é a minha preferida, mas que tem uma letra muito interessante, e o mais legal é que é uma musica sem muitos arranjos, instrumentais e que utiliza de muitos recursos vocais. Quando tiverem a oportunidade de ouvir, eu indico, pela letra é claro.


Na Sua Estante
( Pitty )

Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar, ao menos mande notícias
'Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante

Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu

Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar a minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam
E essa abstinência uma hora vai passar

11.18.2006

...

"EMPUTECIDO

HUMOR NEGRO

SARCÁSTICO

ESCATOLÓGICO

VISCERAL

MOFINO

TRIVIAL

AFORTUNADO

SAGAZ


Prazer! me chamo Adriano..."


Obs.* Levemente inspirado em Artaud ( foto abaixo ).
* Escatológico - by Marcela e Hugo




11.14.2006

Sonhos!



Sonhos

Venha sonhar um sonho impossível...
Sonhos são feitos de fantasias,
o fantástico mundo da imaginação
pertence a cada um de nós!

Vamos contruir um mundo melhor,
um povo de esperança
que o nosso antepassado
nos influi,
continuemos...

Sonhos são belos vasos
que colocamos onde queremos,
a vista de todos,
guardado no mais intimo
ou feito dele um belo arranjo de flores.

Vamos sonhar uma nova vida!
Uma nova alegria,
alegria de viver o dia,
de revigorar as energias
e não lembrarmos do passado
que insiste marcar nossas vidas.

Venha comigo!
Viaje contigo!
Use suas forças
e faça de abrigo...
os meus braços de cobertor,
minha respiração de aquecedor,
venha e desfrute do meu Amor!

Autor: Adriano Veríssimo


11.10.2006

Ser palhaço!

- Aplausos! Aplausos! Aplausos para o Palhaço Pipoca!!! - gritava o animador.
Saindo do picadeiro dando tchau para o publico, o palhaço Pipoca foi para as cochias onde tinha um cantinho só seu, foi tirar sua maquiagem. E como ritual abriu sua caixinha de musica, tranquila e com sonzinho de saudade. Pegou seu pedaço de espelho quebrado e começou a tirar sua maquiagem. Em cada parte da sua maquiagem retirada, seu rosto aparecia, o palhaço começou a se ver, diferente de como os viam; olhou para os lados e percebeu uma criança olhando para ele e sem querer estragar a imaginação, pediu para criança voltar para junto de sua mãe e a criança respondeu:
- Não tenho mãe... - enchendo os olhos de lágrimas.
O palhaço sem jeito, tentou arriscar novamente:
- Então volte e fique com seu pai.
- Não tenho pai... - respondeu o menino com uma lágrima caindo de seus olhos.
- Então o que você está fazendo aqui? - perguntou o palhaço, embaraçado.
- Queria ser palhaço, pensei que sendo palhaço meu mundo seria diferente, mas percebi que ser palhaço também é ser sozinho. Percebi que você faz as pessoas rirem, mas seu coração é triste...
O palhaço não aguentando as palavras do menino, que vinha ao seu encontro, começou a chorar e em soluços disse:
- Saiba que o Palhaço Pipoca existe e vem todas as noites para alegrar crianças como você, mesmo eu sendo triste e sozinho me sinto bem em deixar o palhaço Pipoca entrar em mim e fazer pessoas felizes. E se você tem o sonho de ser palhaço não desista, pois quando o palhaço Pipoca morrer, você estará alegrando o coraçãozinho de várias crianças.
- Me ensina a ser palhaço! ( disse o menino )
- Aprenda comigo, isso não se ensina, se vive! Agora vai em busca do seu sonho...
O menino reflexivo deu uma ultima olhada para o palhaço e saiu.
Anos após, o palhaço Pipoca, estava muito doente e não conseguia mais trabalhar no circo e por isso estava num asilo esperando o seu dia chegar, quando de repente a coordenadora do asilo o chamou e disse que havia um rapaz a sua espera, andando muito lentamente foi a recepção e viu aquele rapaz que logo o abraçou fortemente e disse chorando:
- Obrigado!
- Obrigado por que meu filho? ( disse pipoca )
- O senhor se lembra daquele menino que um dia te viu nas cochias tirando a maquiagem?
- ( lembrando ) sim! aquele dia foi de grande importância pra mim...Percebi o quanto eu mexia com a imaginação das crianças e também o meu dever aqui na terra...
- Pois então, aquele menino sou eu...E queria agradecer pelo o que o senhor fez por mim...
O velho palhaço com olhos cansados e apagados deixava cair lágrimas. E o rapaz continuava:
- Hoje sou um palhaço e tenho meu próprio circo...E queria a tua benção para continuar minha função pelo mundo...
- Meu filho! estou feliz ! não precisa de benção, você já está sendo abençoado por levar alegria às pessoas...Quero que continue levando essa missão ao mundo e não deixe essa luz se apagar...Plante essa semente sem esquecer que " isso não se ensina, se vive"...
O velho palhaço deu um abraço no rapaz e o deixou, indo para seu quarto...Naquela noite o velho palhaço Pipoca morreu, morreu feliz, pois ao encontrarem seu corpo, ele estava sorrindo com seu nariz de palhaço e com sua caixinha de musica ligada e com um bilhete..." SER PALHAÇO É SER ILUMINADO! SER PALHAÇO É UM PRESENTE, DADO A POUCOS...FUI FELIZ, POR QUE FUI PALHAÇO! "


Texto: Adriano Veríssimo




Dedico esse texto a todos os palhaços! Iluminados! e aos meus amigos do Senac, que estamos por um processo de circo e estamos percebendo o quanto é difícil o trabalho dos circenses e dos palhaços...

Mas queria dedicar em especial para o Alê...Q é o nosso Clown Oficial e para o Filipe, q tem o dom de ser palhaço...

Grande Beijo,

Adriano Veríssimo

11.08.2006

Hoje!!!

O que eu posso falar do dia de hoje...
Hoje é um dia diferente, um dia que decido não ser o mesmo.
Entre nuvens escuras e o azul do céu, aparece o sol,
com vento sim, mas não geada.
Hoje queria ser qualquer ser humano,
menos o mesmo de sempre.
O mesmo que ri sem motivo
e chora ainda mais sem os devidos.
O mesmo que fala a verdade,
e que deseja a felicidade.
O mesmo que ama sem querer,
e sem querer chora e ri por amor.
Hoje é um dia em que nada permanece,
tudo se faz novo,
meu olhar se faz novo, de novo, outra vez.
o mesmo olhar que chora,
é o olhar que se fecha e
e indignação adormece.

11.07.2006

Chapéu Mexicano


Senhor, me vê um chapéu desses
Isso, do grande; mexicano
Pra eu usar em dia de sol
E tirar em dia de chuva.
Virar ao avesso
Guardar dessa água.
Fazer dele
Um vaso de flor
De raíz profunda
À altura
do meu
Amor.
( Luis Vilela )
Grande beijo,
Adriano Veríssimo

11.06.2006

FENAPO 2006!

Aí está uma foto de parte da galera que participou, jurados e organizadores do " Festival Nacional de Poesia ".




Grande beijo,

Dri Veríssimo.

11.01.2006

Pequeno Príncipe - FECT 2006!


" Aviador - Certa vez quando seis anos li num livro a Floresta Virgem, "História Vividas" era o nome. Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:
Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Respondera-me: "Por que é que um chapéu faria medo?"
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:
As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática....
Tive pois de escolher uma outra profissão e aprendi a pilotar aviões.
Vivi muito no meio das pessoas grandes. Vi-as muito de perto. Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião.
Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de golfe, de política, de gravatas. Eles ficavam encantados de conhecer um homem tão razoável.


.....

- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

......



E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar. "


Saudades!!!!

No FECT " Só se vê bem com o coração " Adaptação e Direção de Charles Holanda

Tivemos indicação de melhor iluminação, melhor figurino, melhor ator coadjuvante ( Euzinhu! ), melhor direção e melhor espetáculo.

Ganhamos: Melhor figurino e 3º melhor espetáculo.

Elenco: Charles Holanda ( Pequeno Príncipe ), Luciane Pita ( Rapousa ), Francisca Aurélia ( Rosa ), André Maranhão ( Serpente ) e Adriano Veríssimo ( Aviador ).

Adriano Veríssimo