4.27.2009

O Porre de Whisky

A esquiva tua, da bebida minha.
O olhar não encontrado, por entre verde sol e brancas mesas, grandes lenços de partida, bandeira branca aos próximos dias, pois não posso mais. O borbulho longo da água, dos segundos submerso, e a falta do nada, do nada que fez, do nada que poderia ter feito.
O esconderijo, do whisky, minha maldição. Os sentidos aflorados, os risos cortantes e as mãos femininas que amo; elas que me defendem, por isso as amo e as essas mãos sou grato. A elas que terão sempre meu coração, meu carinho e carícias.
Já a chatice, não esqueço.
A tua esquiva, meu porre, ao teu menosprezo, tua cova.

4.20.2009

A Noite

Alguém com cara de tampa de garrafa, uma mãe com seu bebê, feios, quase monstros. Ludibriar a alma com a profissão realizada, sem barreiras, sem inúmeras tentativas frustradas. O flash de um beijo longo, na boca carnuda, de gemido baixo, de ar na boca em cada respiração. O sexo oral, essencial para o gozo. Mudança de pensamento. São goles seguidos de vodka balalaika, com cara feia a cada golada e não dá para esquecer o riso estonteante dela, que atravessava a rua e gritava por mim do outro lado. E ele, que disse que me queria, de qualquer jeito, mas de qualquer jeito não pode ser, mesmo assim talvez eu fosse, se o pensamento não tivesse mudado e os nossos corpos entrelaçados, a pele branca e mulata, uma cor vanilla. O grito alto, do gozo, do desespero, do estômago, do pau, ou...nada.
Silêncio. E o cachorro latiu lá embaixo. 03hs da manhã.
Quem nunca dormiu com fome?

4.16.2009

Oxalá

Os eixos se encaixando e a vida começa a ter forma novamente; o que antes era desespero, agora é noite de sono profundo. Os olhos estranham as manhãs, mas esperançosos dos longos dias que virão e eles reluzam a felicidade de seu dono.
Oxalá tivesse desistido, oxalá houvesse outra maneira, oxalá que as coisas aconteçam, pois o pior já passou.

Pensamento nessa manhã de céu cinza, na varanda de casa:

"Os dias mudam
e a gente pode sofrer no caminho,
mas repare......

Os pássaros ainda cantam!"

4.08.2009

Novo Caminho...

São horas, inúmeras, vividas no mesmo lugar. Pronto. Está pronto. Preciso mudar. Pronto. Está pronto. Vou pra lá e deixo aqui minha infância, os riscos de giz de cera na parede, as corridas pelo corredor, a coleção de tatu-bola, os cachorros que tive, os churrascos aos fins de semana, o riso estonteante dela, as pisadas fortes no meu teto, o pedaço de folha pedido pelo pequeno num domingo de manhã e o rostinho que muda meu dia, todos os dias. Pronto. Estou pronto. As horas, inúmeras horas que me fizeram, que marcaram minha vida, minha infância, minha santidade. Aqueles dias de muito choro, choro das partidas, que doeram, e doem. Comemorações inúmeras, o canto que eu pintava minhas telas e os abraços e beijos dela, que mais amo nesse mundo. Grito por ela. Sempre gritei por ela, ela que me ensinou a não mexer em nada na casa dos outros. Ela que me ensinou a ser honesto, a qualquer custo. Ela que me fez ritualístico, em querer respeitar o que é lar e não apenas moradia. Ela que faz chá quando estou gripado. Ela que exige respeito, mas respeita o menino, seu filho menor.
Pronto. Estou pronto. Olhando para casa, respirando fundo, colocando o chapéu, pegando a mala e seguindo para o que a vida tem a me oferecer. Sozinho.