12.12.2009

Aquele encontro no desencontro.

"A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros nesta vida" dizia Vinicius, artisticamente. Já Paulo Coelho em espiritualidade diz "Os encontros mais importantes já foram combinados pelas almas antes mesmo que os corpos se vejam...". O terceiro, no qual admiro muito, Pessoa, disse de forma clara e humana: "Há desencontros, é fato. Alguns mais dolorosos que os outros, alguns mais definitivos que outros, alguns que implicam em despedidas, outros que só implicam em distância, outros, ainda, que intensificam a saudade, mas existem aqueles desencontros que só aumentam a vontade. ".

Desencontro de mim para achar em outro alguém o que em mim já tem. E nesse encontro de desencontros, essas idas e voltas, essas vontades frustradas de desejos mútuos, o encontro de alma, espírito e corpo, se dilaceram por pouco. São doces encontros, são mágicos esses momentos, que por seu momento são apenas momentos. Se isso por acaso lhe parecer óbvio, ou talvez confuso, digo que por um segundo se faz um momento, e se desse momento for um doce encontro, valerá a pena ter desencontrado de ti.

Vejo um encontro, como daqueles em mesa de bar que alguém se senta à mesa, ou passa por você te cumprimenta, sem você nunca ter visto a (o) dita (o) cuja (o). Naquele pequeno instante, ou num insigne momento, algo se cravou. Em meses, anos, nada verdadeiramente cronológico, aquela pessoa, insigne em tal momento, hoje é sua melhor amiga (o). Incrível. Hoje aquela pessoa, talvez, amigo do amigo do conhecido daquela festa em que você bebeu todas e ele se lembra de tudo isso, e você, por sua vez, nem imaginava que ele (a) existia.

É fato, que todos nós já nos encontramos e nos desencontramos em algo ou alguém. Aqui não falo de objetos, por isso falo de "alguém", algo parecido com humano, não digo se é homem ou mulher ou camaleão, sei que sente ou diz que sente, pensa e muito. Esse alguém, ou mesmo, "alguéns", pois talvez esteja falando de mais pessoas, enfim, atualmente, penso nesse encontro, louco, súbito e que hoje é puro desencontro. Quando me deixei encontrar por esse alguém, pois creio que seja uma aceitação, quem sabe os nossos anjos também fizeram amizade ou se apaixonaram e por isso essa vontade louca, amor incondicional, inseparáveis, aquela doce vontade de estar junto e não digo de impulsos carnais, digo de um amor puro, um estar bem por estar com o outro - a princípio falo de amizades. Pronto. Iniciado uma história. Uma grande incógnita, pois apenas confiamos e pronto. São confidências, aventuras, liberdade de expressão, carinho, gostos em comum e tantas outras coisas que lhes une mais. Em pouquíssimo tempo, fazem parte um da vida do outro - agora falo de paixões - são inúmeras mensagens SMS, ligações pra tudo, a necessidade de ouvir a voz e contar e expor mais e mais sua vida, entendo que não seja expor, muitos dizem: compartilhar, mas ao meu ver é tudo a mesma coisa; em tudo é preciso estar junto, em tudo é preciso explicar, convidar e sonhar; e na cama, é o prazer de sentir o corpo do outro, o membro rígido e latejante, é o extrato bancário do desejo animal, é o momento em que se sente vivo e desejado por esse alguém.

"Quando o entusiasmo penetra em tudo que fazemos, não pensamos no que passou ou no que se passará: pensamos no que se está passando conosco." e "Tudo que se passa no onde vivemos é em nós que se passa. Tudo que cessa no que vemos é em nós que cessa" e por ultimo "Tudo que existe talvez por que outra coisa existe. Nada é, tudo coexiste: talvez assim seja certo." Cito novamente Coelho e Pessoa, e ao citá-los, reflito, que tudo é simples, complicado são nossas ações e interioridades.

Importante, que em tudo, exatamente tudo, tem inicio e fim, o meio é inúmeras vezes imperceptível. Esse roteiro cíclico em que vivemos dia-a-dia, é uma avaliação de matemática que tiramos prova real sempre; afinal, você ainda continua amando seu primeiro amor? Você ainda tem contato com a amiguinha da escola, que você dizia sua melhor amiga? E a madrinha da sua sobrinha, por onde anda? O que era gostoso há um ano, ainda é hoje? Os amigos são os mesmos? Os afazeres então, a rotina, a mesma? Os prazeres e devoções? O seu coração, continua o mesmo?. Não poderia responder por você, mas dentro de mim, muito mudou neste ano e nada, em mim, é igual. Agora é o fechamento de um ciclo e que outro, e outro, outros, se iniciem, e eu estarei aberto, aberto para novos encontros e desencontros - inevitáveis.



[Ultimo texto do ano.
Um Feliz Natal a todos e muita luz em seus caminhos de 2010.
Beijo Grande,
Adri Veríssimo]

12.01.2009

Um pouco de Caio e de Ana...

"Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa"

[C.F.Abreu]



** tudo a ver...

11.26.2009

Ultima carta...

Eu pensei em escrever em forma de poesia, ou uma crônica, ou pelo menos embelezar as palavras para te explicar algumas coisas, ou mesmo expor o que eu sinto agora; mas mesmo todas as palavras condecoradas, enfeitadas não expressariam o que eu sinto ao escrever esta carta.
Lembra quando saíamos noite a fora, sem rumo, sem anseios, só nós dois e mais nada, e como cúmplice de noites lindas, lá estava ela, a lua, sorrindo pra nós e uma estrela que nos advogava com nossas loucuras e inconseqüências. Eu sinto saudade sabia!? Pois a gente era feliz, disso não tenho duvida. Eu sempre procurei um amor, um amor que pensei nunca encontrar, mas eu encontrei, talvez não tenha sido amor, mas também não foi pura paixão. Paixão é uma criança empolgada, que adora o que é novo, quer correr, brincar e quando enjoa, deixa o brinquedo de lado e procura um novo. Amor é a paixão envelhecida, calma, tranqüila, sem grandes emoções e que já sabe lidar com o outro. Eu gosto da adolescência, aventura, mochila nas costas, ser inconseqüente, viver do novo e do novo respirar, adolescência, não me chame de paixão e de amor! O amor é muito velho, por isso vivo do meu coração adolescente.
Sabe?! A nossa paixão acabou, o amor eu não tenho certeza se houve, mas a “adolescência” foi boa demais, mas tudo passou, como um caminho que chega ao fim e como um mundo que já se explorou. Eu tenho medo, medo do que pode acontecer, acho que é melhor parar agora, do que fazer um mal maior. Sim, eu sou covarde, mas por gostar demais de você e por não saber como lidar com esse sentimento e com a pessoa especial que você é, é que deixo aqui minhas lágrimas pesadas, para seguir o meu caminho, um caminho incerto, pode ser errado, mas o que eu quero agora; um caminho escuro, mas eu quero, eu preciso, agora é hora, de fazer sozinho...e longe de você.

Beijo com carinho,


...."


by Adriano Veríssimo
[carta escrita para o espetáculo A ESPERA - Nucleo Sesi de Osasco / Piratininga]

10.20.2009

ORAÇÃO DE MIM


Não quero alguém que morra de amor por mim... Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando. Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim... Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível... E que esse momento será inesquecível... Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre... E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor. Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém... e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho... Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento... e não brinque com ele. E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe... Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz. Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas... Que a esperança nunca me pareça um "não" que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como "sim". Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades, aos amores, às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim...e que valeu a pena!!!

(retirado do orkut de um amigo e que batizei como "oração de mim", pois hoje ao ler, foi minha oração)

9.30.2009

O NARCINTEPUTOS

É com muito orgulho que adianto a estréia do espetáculo "OS NARCINTEPUTOS" texto meu e com minha direção e co-direção da Luh Quintans.


ESTRÉIA OFICIAL 15/10 às 21hs

TEATRO AUGUSTA
(todas as quartas e quintas-feiras)
OS NARCINTEPUTOS
(Narcisos, Inteligentes e Putos)
Com: Adriano Veríssimo, Rick Teixeira e Thiago Soares.


ESPERO VOCÊS LÁ!

Beijo

Adriano Veríssimo

9.09.2009

Carta de desmoronamento

[04 ago 2009 terça-feira] Carta de desmoronamento

Ando suspirando demais. Ando lacrimejando demais e não é de dor, antes fosse, pois com algum antiinflamatório aniquilava tais bactérias humanas. Eu procuro andar pelas ruas, procuro me encontrar no mais leve balançar da gangorra, nesse parque sem diversão.

Quando eu parei e gritei, esbravejei, não foi por mim, não foi. Foi por tudo o que não foi, que você fez, e não por mim. Se eu peço "Fique!" não é por que eu quero, não faço por você, faço por mim. Eu só esperei um pouco de hombridade de sua parte e pela primeira vez assumir o quanto desrespeitoso foi o que fez, mas não, você não foi capaz mais uma vez, mas tudo bem, eu sou homem por nós dois.

Sabe, eu buscava o amor, alguém que me completasse, que fizesse parte dos meus loucos dias. Eu encontrei amores por esses anos vividos, encontrei um vasto campo de flores de diversas cores e formas, tratei e cuidei delas da melhor maneira que pude. Da ultima vez eu não encontrei um amor, não, eu sei que não, e como diz o filme "era uma sorte, uma sacanagem, eram dois celulares desligados, não era amor...era melhor...".

Sim, era melhor, o que senti não descrevo, assim como não se sabe descrever a vida após a morte, se ela realmente existe. Eu busco viver após a sua morte. E o que isso quer dizer?! É simples e claro, te velei nesses dias, deixei flores, brancas, sim, flores brancas em sinal de paz no teu jazigo. Eu fui depois de ter chorado, não queria que me visses chorando, você já deve ter cansado de me ver chorar, é por que realmente sou mole e choro a toa; mas no teu jazigo eu não chorei, eu deixei as flores, rezei por você, para que sua alma se encontre, assim como ela e a minha se encontraram um dia, que ela se deleite na luz de outras e outras. Mas um conselho, amigo, não assuste a outros, busque luz e eu rezarei por você sempre. Farei, se preciso, uma novena.
Se é que vale a pena rezar por almas perdidas.

É engraçado como tudo aconteceu e ainda acontece. Sinto-me, como um homem-aranha, envolvido em teias, nessa arvore "genealógica" do amor..."João que amava Maria, que amava José, que amava"...Pára! Não quero mais essa vida, eu cai de gaiato numa história que não me pertencia, que o destino preparou e hoje sofremos juntos, algo sem pergunta nem resposta, sem conversas. E o amor que nos unia? Hoje não une, não mexe, aos poucos nos separa e enquanto as mãos envelhecem. Já levantei bandeira branca há muito tempo, mas a guerra parece ainda não ter tido fim e vejo dos lados bombas de sofreguidão lançadas ao coração e o que somos nós então?! Um punhado de areia jogado ao vento, ao relento. Isso dói, machuca e eu não posso, não quero mais.

Se hoje minha língua adormeceu, foi para não falar demais. Se eu não disser nada, não é por que eu não tenho algo a dizer, só não desperdício mais meu vocabulário com você.
Se eu sumir, me procure no ponto mais alto da montanha, mas acho que seria pedir demais, você jamais faria algum esforço por mim. Sendo assim, o que nos resta é o nada, pois essa estrada a gente sabe onde vai dar.
Em nada.

À você, minha sorte, flores brancas. À você, meu amigo, minhas eternas lembranças. A todos, meus amores e amigos, meus agradecimentos.

Saio daqui agora e fico fora por uns tempos.

Ósculos e amplexos e meus sinceros sentimentos.

Com amor.
A.V

8.18.2009

Ligação perdida...

Mexeram em mim
tiraram o chip
não era tim
era vivo e claro
o sentimento que tinha
antes de você
partir.

7.25.2009

O rebolado da pequena

Com sua protuberante barriga, ele olhou a pequena, que dançava na calçada com mais duas amigas, ela rebolava, descia até o chão. Ele passou, olhou, desejou aquela menina que não passava dos quatorze anos. Já um pouco elevado com suas doses de pinga do boteco da esquina. Em poucos segundos, ele queria meter nela com toda a força e mostrá-la como realmente se rebolava. Ela avistou-o do outro lado da calçada, se intimidou um pouco e disse as amigas:

- Meu pai bebeu de novo.

7.21.2009

Frase de Hoje!

"...não era amor, era uma sorte, uma travessura, era sacanagem, eram dois celulares desligados...não era amor, era melhor..."

(Frase - DIVÃ)

7.07.2009

Não é amnésia!

Me vieram as palavras e eu esqueci de escrever. Não me lembro mais. Foi como um sonho e eu mexi nos cabelos quando acordei, creio que por isso esqueci. De não dizer nada, eu esqueci. Esqueci que minha mão percorreu, e meus pêlos e poros suaram por este. Eu esqueci, só me lembro que...me vieram as palavras, mas eu esqueci.

6.30.2009

TEU NOME

"O teu nome combina com a minha dicção e com minha retina."

(A. Veríssimo)

6.18.2009

Uma frase de efeito, hoje...

“Às vezes eu queria não ter te conhecido. Assim eu poderia ir dormir à noite sem saber que tem alguém como você por aí”

(Frase do filme: Gênio Indomável)

6.04.2009

Uma canção lenta...

lembro
que já vivemos sim
e morremos um pro outro também,
veja bem a distância é assim:
velamos hoje e quem sabe amanhã, o enterro.
tudo o que me fez, me fez viver, me fez chorar,
em mim muito doeu,
mas nada...nada aqui dentro de mim pode mais sangrar.
eu sei, você não diz,
eu sei que você chorou.
meço, mas peso com minhas palavras
e a mágoa que tens de mim, é o tamanho
do que sinto, incertamente, hoje por você.

sinto falta do seu olhar,
mas só por um minuto,
a saudade que eu tenho,
é longa, dura...dura o tempo de uma canção.

um ano se passou
e nada, nada...nada que passou adiantou, só
fotos, ilusões
de uma vida certa, incerta, mala aberta, sonhos, coração,
tudo em vão,
mas não tem revolta não, eu só quero você se encontre,
saudade até que é bom, é melhor do que andar vazio;
ouço mais essa e não sinto,
ando anestesiado em meu jazigo,
se quiser, mande flores,
é o que resta em meio as dores.



(Adriano Veríssimo 12/05)

5.19.2009

Louco em Devaneio

Hoje vasculhando na net, encontrei uns poemas, umas frases minhas no site "Recantos das Letras", onde me cadastrei e postei algumas coisas em 2006. Posto agora algo que escrevi, achei forte e foi bom lembrar da época que escrevia irregularmente, sem medo, sobre qualquer coisa.
"Maldita cobrança de sempre ser melhor"

Louco em Devaneio

Não quero pensar nisso hoje,
nem amanhã,
nem depois de amanhã,
porventura os dias seguintes
seriam capazes de me devolver a paz?
estou tonto,
tonto de tanto pensar,
de tanto agir, ou das duas coisas.
Meus pés perdem as calçadas
e as ruas sempre são
curvas irregulares
que insistem em levar-me para algum lugar.
o coração pulsa, como pulsa o sangue
que corre pelas veias,
pulsa como as batidas dos sinos
que tocam em meus ouvidos
surdos de tanto ouvir
as meras palavras
de pobres e infelizes seres humanos
que não sabem o que os espera
eu sei viver a vida
da vida que me é posta a prova
sei corrigir com lápis
as alucinações dos pesadelos
de um sono sem fim
acordo! vivo!
eu apenas estou aqui
metódico, almejante mas sem força
de lutar a favor da podridão
das ratueiras armadas no cérebro
imbecíl, de quem mal sabe abrir a porta
que não sabe gritar ao mundo
ou gritar ao mundo do seu próprio eu
seriam capazes de me devolver a paz?
roubaram-me e estou a procura do infeliz
que não sabe lutar pelos seus vãos argumentos
de homem, de mulher, de bicha, de animal
Estou tonto,
tonto de tanto pensar,
tonto de falar, ou das duas coisas.
digo pra quem quer me ouvir
a vida é sempre a mesma
desde a criação da terra,
os seres que tem patas
que comem, que sentem frio,
que sentem calor, que nascem de um outro ser
que se diz pensante
que se diz amante,
que se diz astuto,
somos os mesmos
os mesmos macacos irracionais
somos a mesma podridão
que se dissolve horas após
do coração que pulsa,
que faz o sangue correr pelas veias
pare de bater a seu favor.
Pare de bater nos elevados
da vida medíocre
dos poderes que achas que é suficiente.
Idiota!
Seja anormal por um dia,
por uma hora, por um segundo
e saberás que não existimos,
que não somos,
saberás que fomos,
saberás que nunca seremos,
nunca seremos mais do que
queremos ser.

(Adriano Veríssimo 16/09/2006)

....

Obs. Por agora só me desejo boa viagem!

5.11.2009

Momentos Paulistanos *08


Noite num condomínio da periferia de São Paulo. As meninas novas, sabedoras de tudo e suas entranhas ardentes, conversam e riem; de um lado os meninos, do outro as meninas. Os meninos falam sobre o primeiro baseado, se mostram para as meninas, que por sua vez se fazem de desentendidas e apenas riem. De um lado é a "a irmã", de treze anos, do outro "o irmão", com seus dezenove, este por sinal, só ouvia as mentiras dos meninos, enquanto observava a reação de sua "irmã". O irmão, era dependente químico e viciado em sexo, mas era novo nessa turma, veio da casa de sua tia do interior, com quem morou quase a adolescência toda, foi expulso do colégio por atentado ao pudor a professora - enrabou-a enquanto ela procurava o giz que havia caído no chão.
A irmã, sempre muito tímida, sonhava em perder a virgindade com um rapaz bom, trabalhador e que eles tivessem mais de três anos de namoro, seria o suficiente para conhece-lo.
Naquela noite, ela entrou no banheiro para se banhar, o irmão entrou em seguida, impedindo-a de fechar a porta. Ela forçou, ele resistiu. Estavam só em casa, sua irmã mais velha, lésbica, tinha ido tocar num bar de Pinheiros; sua mãe viajado para a casa da avó para visita-la e seu pai, era falecido.
A irmã, teve medo, os olhos do irmão era assustador. Ele trancou a porta do banheiro, prendeu-a nos seus braços contra a parede e tapou sua boca.
Abaixou sua calcinha, ela chorava. Enfiou o dedo indicador na sua vagina - ela tremeu. Roçava sua jega, na bunda dela. Sussurrava malícias em seu ouvido. Botou-a de frente e apenas disse:
"Se você fizer algo, eu te mato, então faz tudo o que eu mando e goza...maninha!"
Virou-a de quatro. Meteu. Meteu. Sangrou. Meteu. Gemia. Ela gemia bastante e já chorava pouco. Eles se beijaram. Linguas, peitos, dor e paixão. Gozaram juntos.
Banharam-se. Se despediram com um beijo. Ele saiu, pra buscar o pó e ela chorou baixinho no quarto.
Ela escondeu de todos.
Meses depois. A bolsa estourou. Chamou sua irmã lésbica, e disse que ía ter o bebê. Ninguém sabia. A irmã, não entendeu.
Nasceu o bebê, menino, bonito, sem defeitos, sem roupas e sem enxoval.
A "irmã" apenas chorou quando soube o resultado:
ele "também" era soropositivo.

5.04.2009

É tão difícil

Me ensina?
Me ensina a não ser mais eu
Não quero muito
Me ensina a observar mais e olhar menos
Eu quero, mas...
É tão difícil
Por favor...
Por favor...

Me ensina?


.....

4.27.2009

O Porre de Whisky

A esquiva tua, da bebida minha.
O olhar não encontrado, por entre verde sol e brancas mesas, grandes lenços de partida, bandeira branca aos próximos dias, pois não posso mais. O borbulho longo da água, dos segundos submerso, e a falta do nada, do nada que fez, do nada que poderia ter feito.
O esconderijo, do whisky, minha maldição. Os sentidos aflorados, os risos cortantes e as mãos femininas que amo; elas que me defendem, por isso as amo e as essas mãos sou grato. A elas que terão sempre meu coração, meu carinho e carícias.
Já a chatice, não esqueço.
A tua esquiva, meu porre, ao teu menosprezo, tua cova.

4.20.2009

A Noite

Alguém com cara de tampa de garrafa, uma mãe com seu bebê, feios, quase monstros. Ludibriar a alma com a profissão realizada, sem barreiras, sem inúmeras tentativas frustradas. O flash de um beijo longo, na boca carnuda, de gemido baixo, de ar na boca em cada respiração. O sexo oral, essencial para o gozo. Mudança de pensamento. São goles seguidos de vodka balalaika, com cara feia a cada golada e não dá para esquecer o riso estonteante dela, que atravessava a rua e gritava por mim do outro lado. E ele, que disse que me queria, de qualquer jeito, mas de qualquer jeito não pode ser, mesmo assim talvez eu fosse, se o pensamento não tivesse mudado e os nossos corpos entrelaçados, a pele branca e mulata, uma cor vanilla. O grito alto, do gozo, do desespero, do estômago, do pau, ou...nada.
Silêncio. E o cachorro latiu lá embaixo. 03hs da manhã.
Quem nunca dormiu com fome?

4.16.2009

Oxalá

Os eixos se encaixando e a vida começa a ter forma novamente; o que antes era desespero, agora é noite de sono profundo. Os olhos estranham as manhãs, mas esperançosos dos longos dias que virão e eles reluzam a felicidade de seu dono.
Oxalá tivesse desistido, oxalá houvesse outra maneira, oxalá que as coisas aconteçam, pois o pior já passou.

Pensamento nessa manhã de céu cinza, na varanda de casa:

"Os dias mudam
e a gente pode sofrer no caminho,
mas repare......

Os pássaros ainda cantam!"

4.08.2009

Novo Caminho...

São horas, inúmeras, vividas no mesmo lugar. Pronto. Está pronto. Preciso mudar. Pronto. Está pronto. Vou pra lá e deixo aqui minha infância, os riscos de giz de cera na parede, as corridas pelo corredor, a coleção de tatu-bola, os cachorros que tive, os churrascos aos fins de semana, o riso estonteante dela, as pisadas fortes no meu teto, o pedaço de folha pedido pelo pequeno num domingo de manhã e o rostinho que muda meu dia, todos os dias. Pronto. Estou pronto. As horas, inúmeras horas que me fizeram, que marcaram minha vida, minha infância, minha santidade. Aqueles dias de muito choro, choro das partidas, que doeram, e doem. Comemorações inúmeras, o canto que eu pintava minhas telas e os abraços e beijos dela, que mais amo nesse mundo. Grito por ela. Sempre gritei por ela, ela que me ensinou a não mexer em nada na casa dos outros. Ela que me ensinou a ser honesto, a qualquer custo. Ela que me fez ritualístico, em querer respeitar o que é lar e não apenas moradia. Ela que faz chá quando estou gripado. Ela que exige respeito, mas respeita o menino, seu filho menor.
Pronto. Estou pronto. Olhando para casa, respirando fundo, colocando o chapéu, pegando a mala e seguindo para o que a vida tem a me oferecer. Sozinho.

3.31.2009

É sempre assim...

...Mexeu comigo
Comigo foi igualzinho
Igualzinho no cantinho
No cantinho um jeitinho
Um jeitinho que mexeu comigo...

3.21.2009

Carta ao Pai

Pai, eu tenho medo de nascer. Eu tenho ouvido que lá fora é homem que mata homem por nada, que as mulheres não cuidam dos filhos, elas batem, elas matam também, elas não querem ser mãe. Ai pai, esses dias um amigo meu que estava para nascer e foi morto, a mulher que o teria, que ele chamaria de mãe, o destruiu ainda na barriga, e ele estava tão feliz pai, tão feliz, ele ansiava este mundo cinza de guerras.
Eu tenho medo Pai, eu tenho medo da fome, dos dias quentes sem fim e da sede humana pelo dinheiro. Ouvi esses dias na televisão, que o ser humano não conhece mais, não ama mais, ele ama por uma máquina, ele virtualiza sua vida e ama através de um computador, eu não queria ser amado por foto Pai, eu queria ser conhecido e pêgo no colo, receber carinho de minha mãe...será que ela vai gostar de mim Pai? Ouço ela dizer que me ama, mas ela nem me conhece ainda; e se ela espera que seja um menino forte, grande, bonito, de olhos claros? Ai Pai, me deixa viver aqui pra sempre, aqui pelo menos eu não me afogo em lágrimas e nem sofro desilusões. Às vezes Pai, eu ouço brigas, será que os meus futuros pais, se odeiam? E se me odiarem? Ai não gosto de brigas, eu não gosto de nada disso; eu queria era brincar no parque, chupar sorvete, me disseram que é bem gostoso, ah também queria brincar na chuva e escorregar na lama. Eu queria um cachorrinho, mas já ouvi minha mãe dizer que odeia animais. Eu queria ser uma criança feliz Pai, será que vou ser? Ai e a hora do parto? Será que eu aguento, eu tenho medo do tapa que o médico dá e me disseram também que é muito frio, que pela primeira vez vou me sentir sozinho e desamparado. Pai, me deixa ficar, eu tenho medo.

(silêncio)

Tudo bem Pai, eu vou, só me faça uma criança feliz e eu serei grato, prometo.

Pronto, estou pronto. Chegou a hora Pai. Vou nascer.

(Um choro agudo)



(baseado num conversa de amigos)

3.17.2009

...

...

Eu não preciso dizer o que sinto, nem muito menos fazer alguém entender o que passo. Estou em novos rumos, novos planos e em muito pouco tempo, gravem, muito pouco tempo, minha vida não será mais a mesma.
Transformação dá medo, porém melhor o medo, que a angústia que me toma nesses dias.
Hei de rir muito, hei de chorar sozinho no cantinho do meu quarto, mas hei de regozijar a vida e o suor dos dias quentes, e o calorzinho do cachecol dos dias frios; em novos lugares, novos ares, não mais os que passei minha vida toda.

Sê bem vinda, nova vida.

...

3.10.2009

À dois Amigos

À um amigo

Mediando luz e sombra,
da cor parda, um semblante único, generoso,
encontrei nesta infinita procura
um batimento de compassos ritmados e sonoros. Encontrei.
Em dias de caus, são esses olhos que procuro entre luzes e faróis,
são seus abraços longos que necessito...
pele, pêlos, poros e a essência de nós.
Mirado ao mar, lançado aos seus segredos íntimos, suas lágrimas
doídas, me doem.
No meu mar, tu me invades com suas terras
e as marcas, pisadas, de um passado só, de um presente teu,
dos bons ventos, o amanhã.
Se faz presente em minha vida, pois preciso, sempre.
Sempre.

(Adriano Veríssimo)

.......


À você amigo

Em reverência ao mar,
entre pedras, arvoredos e algas marinhas
eu posso lembrar esses olhos grandes, que olham profundamente
que me levam a qualquer lugar e me trazem de volta em segundos.
Numa noite de lua, que seja, é sorriso que me leva a sonhos, a lembranças sem fim
de dias nevuosos, calorosos.
Brilho que radia em minha vida, que muda,
que emudece com um abraço, que lacrimeja com as palavras.
Essência de meus dias,
dos momentos que se foram, inesquecíveis, dos momentos
que são, impagáveis e dos que serão, que anseio.
De agora, penso, necessito, de você.
Sempre.
Sempre.

(Adriano Veríssimo)

.......

AMO VOCÊS!

3.03.2009

Momento (Rápido) Paulistano

Puxa até que enfim consegui achar, dei uma puta volta.

Foi difícil?

Um pouco.

Senta.

Valeu!

(conversas e vinho)

Apaga a luz!

2.26.2009

Quarta-feira de Cinzas

Cinza. O céu daqui é cinza. Quarta-feira de Cinzas. Corpo cansado. Após um feriado cheio de informações, com amigos especiais, situações únicas; Apocalipse, Obama, conscIência amazônica, foram parte dos assuntos dos artistas reunidos. Nas redes, os dois, e a quebra do tabu. Fotos e cervejas e sol e dança a noite com direito a muita Maria Mole e risos sem fim. O batizado da senhora Ventura, a descoberta, pelo erro, de uma praia linda: Guaraú. A exploração pelas pedras e a linda vista do topo, com direito a vídeo bizarro.
As noites que duraram até o sol nascer e as olheiras das poucas horas dormidas. Os gritos loucos da amiga cozinheira e a ressaca boa, de uma noite louca. Praia podre, prainha e o encontro das águas. Ao som de Madonna, muita Madonna, todas as noites a chegada com a Madonna, cheira, fuma, bebe Madonna.
Amigos, amigos diferentes, a que fala, a que grita, o quieto, o desvairado, enfim, amigos que se encontram e não tem como não admitir que a viagem com eles é sempre inesquecível.

Sinto-me leve!

2.13.2009

Vestido Estampando

Sabe essa foto grande aqui em cima, essa que estou com algumas correntes e de óculos escuro, pensando em algo? Do meu layout?
Foi tirada hoje. Exatamente hoje. Acorrentado, pensativo, de óculos escuro num dia chuvoso por causa do cisco nos olhos e pronto, prontíssimo para viajar, estar "a bordo de uma viagem sem fim".
Tirei essa foto hoje e fiz tudo que aqui está, hoje. Como um deus que fez toda a terra em sete dias. O número sete é cabalístico e pode contar muito; daqui a sete dias tudo isso aqui não será mais o mesmo, pois está as portas a festa da carne e eu não sou vegetariano, sou eu, Adriano, libriano, cabeça de pano, que sente raiva de vez enquando, que ri de vez enquando e que ama...nunca .
Os sete dias que vierem, serão difíceis, como talvez a quaresma católica e ritualística que chega depois da "carne", a quarentena, dita, maldita. Por menor seria uma quarentena sem nada, mas a vida é posta a prova a cada movimento e para viver é só abrir os olhos e que esta mesma vida fique completa é necessário haver os "ciclos", ciclos viciosos que todo ser recalcado passa.
Hoje ao tirar essa foto, com as correntes, mesmo com as mãos trêmulas, mal segurando o cigarro, encerrei um ciclo, para que o novo comece. E para a minha religião, a minha crença, Igreja dos Livros Mal Lidos e Amores Mal Vividos, é possível rolar na grama com quem já te esfregou a cara na lama, mas para isso é necessário mudar os ponteiros, acertar as horas e trocar as pilhas, justinho num segundo paralelo, o "tic-tac" volta a funcionar. É a ponte safena imaginária. O ciclo, dessa foto, fonte e demonstração desse espaço de meu mundo, inúmeras vezes surreal e alimento de informação, até para mim mesmo, que relembro situações por palavras torpes e inoportunas, ante sou eu, o mesmo, melhorado e revisado, talvez calejado, sob olhares vigilosos, sou eu o cabeludo de sempre, magrelo de sempre, amigo de sempre e com abraço e beijo quente como sempre.
Esse ciclo, por agora, se encerrou, o vestido estampado devolvido, agora, até o feriado, quarta-feira de cinzas e tá tudo acabado.

[suspiro longo e sem mais]

2.11.2009

Munthel



Mil palavras, um gesto. Folhas na mesa e um cigarro aceso. Um filme pornô pra aliviar o desejo e o toque do celular barulhento, que toca e não atende. Vozes irritantes no ouvido. Inerte. Más notícias e a saudade do playmobil. Diante da situação, olho no olho, gemeu alto, esporrou e se limpou. Outro cigarro.
Deitado, de cueca. Pensou em tudo naquela hora, menos na pessoa que caminhava nua para o banheiro.

2.09.2009

Caetaneando


Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
Um amor assim violento
quando torna-se mágoa
é o avesso de um sentimento
oceano sem água
Teu corpo combina com meu jeito
nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Existe alguém em nós
em muitos dentre nós
esse alguém
que brilha mais do que
milhões de sóis
e a que escuridão
conhece também
Por entre fotos e nomes
os olhos cheios de cores
o peito cheio de amores vãos
eu vou
por que não, por que não?...

Me larga, não enche
você não entende nada e eu não vou te fazer entender
me encara de frente:
é que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver
Nas cinzas do meu sonho
um hino então componho
sofrendo a desilusão
que me invade
canção de amor, saudade
saudade
Eu te quero (e não queres) como sou
não te quero (e não queres) como és

Domingo é o fino-da-bossa
segunda-feira está na fossa
terça-feira vai à roça

Coisa mais bonita é você
assim, justinho você
Dorme que eu vou te velar
pela noite quieta
como a chama do luar
vela o sono dos poetas
Me senti sozinho
tropeçando em meu caminho
à procura de abrigo
ma ajuda, um lugar, um amigo
Você é meu caminho
Meu vinho, meu vício
Desde o início estava você
Vem meu amor
vem com calor
Não sou nem quero ser o seu dono
é que um carinho às vezes cai bem
Me diz:
Gosto de te ver ao sol, Leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Quem não rezou a novena de Dona Canô
quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
quem não amou a elegância sutil de Bobô
quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo

2.06.2009

Um dia...Um show...

Um dia "inesquecível", um show "marcante" e uma música "no som do carro"...

Pedro Mariano - Citibank Hall (01/08/2008)
Música: Risos e Memórias



...e o eco da batida da porta do carro e a imagem desaparecendo entre os automóveis...

"quem dera eu pudesse entender o destino..."


E O RESTO.....É SILÊNCIO...(Hamlet)

2.04.2009

A mulher da bíblia



Ontem, na mulher da bíblia, um frio na barriga me corroía, uma certeza de não querer ouvir o que amaria a tempos atrás.
Com certeza em seus olhos claros e a confirmação das palavras bíblicas, ela repetiu frases ditas, certezas dilaceradas, que ao invés de me fazer feliz por saber da felicidade, saí de lá amargurado, por não querer que no meu futuro estivesse o que eu mais quero.

Pela manhã e com o sol ardente de hoje, me alivío, e o que me faz tranquilo é saber que a felicidade em minha vida, "não é minha opção, é exatidão".

2.02.2009

Conversas mil

Conversas mil com mil e um amigos, sobre o que é se relacionar.

Na quinta, uma amiga me diz que só se tem "prazer depois da dor" (uma conclusão aparentemente tola, porém mais real do que se imagina)

Na sexta, outra me diz que o encontro de duas pessoas é a "lei da oferta e da procura".

No sábado, outra amiga me diz que tem "medo".

No domingo, outro diz que se relacionar é "uma balança sem peso dos dois lados" e que o peso vem com a insegurança.


São inúmeras opiniões depois de traumas amorosos e de relaciomentos frustrados, mas o certo é que ninguém é de ninguém, no máximo é concedido uma pequena parte nessa troca. Pois bem hoje, por hoje, não pelo amanhã ou por ontem, HOJE, digo que:

"Amar, pra mim, é viver o cheiro, pois o cheiro do outro é a única lembrança eterna e sublime, assim como o amor devia ser."

e como diz o cantor da minha vida, Diego Torres:

"Entre amores que matan
Y amores que mueren
Entre risas y llantos
La vida nos duele

Van pasando los años
Y el tiempo se han ido
Y he llorado con pena
Todo lo perdido

Entre amargos recuerdos
Y dulces encuentros
Entre lágrimas tristes
Y alegres momentos

Entre tanta locura
Que lleva esta vida
Entre guerras y odios
Pasamos los días

Y pensar que escribiré
Sólo pretextos
Para no decirte qué es
Lo que yo siento

Amores que matan y mueren
Yo muero si te mueres
Risas, llanto y amores
Y en la vida nos pediremos mil perdones..."

Bom é isso, ótima semana a todos!

[suspiro]

obs. Como não sei postar vídeo, se quiserem ouvir essa música clique no "Conversas Mil", que está linkado.

1.31.2009

Manhã de Sábado



Hoje saiu sol, hoje tá quente
Hoje eu posso calçar chinelos,
Colocar meus grandes óculos escuros.

Hoje amanheci em paz...
em paz comigo.
Hoje eu tô feliz,
feliz por que hoje...
Hoje é sábado!

(Adriano Veríssimo)

1.29.2009

Brilho da Estrela

(SEM IMAGEM - NÃO HÁ IMAGEM PARA O QUE VOU ESCREVER)

Por hora gostaria de ser uma estrela
aquela estrela que é planeta e se confude
Sozinha no espaço constelado

Ela brilha, sabia?
Ela tem luz própria, sabia?
Ela embeleza um céu escuro, sabia?
Só que não se percebe, por que não olhas pra ela

Por mim faria outra pessoa
Que visse o brilho da estrela sozinha,
que se viu um dia
A estrela chora calada e não perde o brilho
por que ela sabe que existe um universo todo
para observa-la e admira-la
Mas ela chora...
e com razão.

...por estar sozinha...
Ela chora!



......


quieto, bem quieto
mudo
as palavras e os vídeos
me deixam "mudo"

mudo de lugar
quieto

1.27.2009

Folha Seca



Quando a gente chora de corpo aberto
o dia fica leve...leve como uma folha seca
só que a folha seca, quebra e se esfarela...
se esfarela quando uma mão cruel a esmaga.
Por hora, não há nada, além da mão que esmaga
só o apelido que me guarda e mais nada:

Folha Seca...
que me cerca.
Se me pergunta: Por que?
Respondo:
...Por nada.

1.22.2009

Vias, Vê e Verá


Tu que vias andorinha e sabiá
Em mim um beija-a-flor acarinhá
Vem cá me dê sua pipa e vem voar
Jeitinho seu de mostrar o que é amar

Tu que vê naves e aviões
num infinito de constelações e clarões
Hoje não sonha, não mexe
aos poucos de criança, envelhece

Tu que verá jaguatirica e tatu
Numa terra vermelhinha e céuzinho azul
Se joga nesse rio, se quiser acompanho tu
Nos jogamos sem medo de corpo limpinho e nú.

( Adriano Veríssimo )

1.20.2009

Candura


Passou o trem perto da igrejinha
Passou a senhora e a menininha
Andou longe o casal em sincronia
Encostou e feriu o acidente na rodovia

Molhou a chuva forte aquele menino orgulhoso
Corpo a corpo, na cabana, sussurro meloso
Concha, abraço, beijo no pescoço
E na cabeça o chapéu do outro

Passou o dia, passa lua
O grito mudo, a carne crua
Mergulhou fundo na lama suja
Cá dentro dói e a mão sua.

Jogou a sorte no lixo da rua
Pesou na balança da candura
Obedeceu o desejo, volúpia
Passou detalhes e o pedido de desculpas

Passou o boi e no chifre: um laço
Borrou e coloriu o rosto do palhaço
Na calçada a marca e os estilhaços
E na estrada longa marca d´outros passos

Melindrou, cutucou, sacudiu
A pedra atirada do menino, feriu
Esfumaçando a obra de arte que sumiu
Na semana anterior em que o sentimento faliu

Passou o passaro e a bandinha
O menino e a prainha
E a perola na ostra, era amor
que se tinha.

(Adriano Veríssimo)

1.13.2009

I miss you

Manhã mansa
filha de um sentimento
que esquenta e faz doer
nesses dias longos
que não vem me ver.

1.09.2009

Prova de Fogo


Dói, sangra
parece hemorragia
escorre por todos os cantos internos,
difícil é estancar da cabeça
e do coração;
Mexe ponteiros do dia
e do inferno, a noite.
Triscando na ferida, presente,
que não cicatriza. Lembra.
Balança a folha seca
num deserto quente
ardendo claramente no azul infinito do céu;
é a dor elegante
de sofrer distante
do amor amante
bajulado e aceso
numa prova de fogo
que eu mereço e não esqueço.

(Lígia Slywitch e Adriano Veríssimo)
*resultado de scraps inertes, mas cheios de intenções.