2.26.2009

Quarta-feira de Cinzas

Cinza. O céu daqui é cinza. Quarta-feira de Cinzas. Corpo cansado. Após um feriado cheio de informações, com amigos especiais, situações únicas; Apocalipse, Obama, conscIência amazônica, foram parte dos assuntos dos artistas reunidos. Nas redes, os dois, e a quebra do tabu. Fotos e cervejas e sol e dança a noite com direito a muita Maria Mole e risos sem fim. O batizado da senhora Ventura, a descoberta, pelo erro, de uma praia linda: Guaraú. A exploração pelas pedras e a linda vista do topo, com direito a vídeo bizarro.
As noites que duraram até o sol nascer e as olheiras das poucas horas dormidas. Os gritos loucos da amiga cozinheira e a ressaca boa, de uma noite louca. Praia podre, prainha e o encontro das águas. Ao som de Madonna, muita Madonna, todas as noites a chegada com a Madonna, cheira, fuma, bebe Madonna.
Amigos, amigos diferentes, a que fala, a que grita, o quieto, o desvairado, enfim, amigos que se encontram e não tem como não admitir que a viagem com eles é sempre inesquecível.

Sinto-me leve!

2.13.2009

Vestido Estampando

Sabe essa foto grande aqui em cima, essa que estou com algumas correntes e de óculos escuro, pensando em algo? Do meu layout?
Foi tirada hoje. Exatamente hoje. Acorrentado, pensativo, de óculos escuro num dia chuvoso por causa do cisco nos olhos e pronto, prontíssimo para viajar, estar "a bordo de uma viagem sem fim".
Tirei essa foto hoje e fiz tudo que aqui está, hoje. Como um deus que fez toda a terra em sete dias. O número sete é cabalístico e pode contar muito; daqui a sete dias tudo isso aqui não será mais o mesmo, pois está as portas a festa da carne e eu não sou vegetariano, sou eu, Adriano, libriano, cabeça de pano, que sente raiva de vez enquando, que ri de vez enquando e que ama...nunca .
Os sete dias que vierem, serão difíceis, como talvez a quaresma católica e ritualística que chega depois da "carne", a quarentena, dita, maldita. Por menor seria uma quarentena sem nada, mas a vida é posta a prova a cada movimento e para viver é só abrir os olhos e que esta mesma vida fique completa é necessário haver os "ciclos", ciclos viciosos que todo ser recalcado passa.
Hoje ao tirar essa foto, com as correntes, mesmo com as mãos trêmulas, mal segurando o cigarro, encerrei um ciclo, para que o novo comece. E para a minha religião, a minha crença, Igreja dos Livros Mal Lidos e Amores Mal Vividos, é possível rolar na grama com quem já te esfregou a cara na lama, mas para isso é necessário mudar os ponteiros, acertar as horas e trocar as pilhas, justinho num segundo paralelo, o "tic-tac" volta a funcionar. É a ponte safena imaginária. O ciclo, dessa foto, fonte e demonstração desse espaço de meu mundo, inúmeras vezes surreal e alimento de informação, até para mim mesmo, que relembro situações por palavras torpes e inoportunas, ante sou eu, o mesmo, melhorado e revisado, talvez calejado, sob olhares vigilosos, sou eu o cabeludo de sempre, magrelo de sempre, amigo de sempre e com abraço e beijo quente como sempre.
Esse ciclo, por agora, se encerrou, o vestido estampado devolvido, agora, até o feriado, quarta-feira de cinzas e tá tudo acabado.

[suspiro longo e sem mais]

2.11.2009

Munthel



Mil palavras, um gesto. Folhas na mesa e um cigarro aceso. Um filme pornô pra aliviar o desejo e o toque do celular barulhento, que toca e não atende. Vozes irritantes no ouvido. Inerte. Más notícias e a saudade do playmobil. Diante da situação, olho no olho, gemeu alto, esporrou e se limpou. Outro cigarro.
Deitado, de cueca. Pensou em tudo naquela hora, menos na pessoa que caminhava nua para o banheiro.

2.09.2009

Caetaneando


Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
Um amor assim violento
quando torna-se mágoa
é o avesso de um sentimento
oceano sem água
Teu corpo combina com meu jeito
nós dois fomos feitos muito pra nós dois
Existe alguém em nós
em muitos dentre nós
esse alguém
que brilha mais do que
milhões de sóis
e a que escuridão
conhece também
Por entre fotos e nomes
os olhos cheios de cores
o peito cheio de amores vãos
eu vou
por que não, por que não?...

Me larga, não enche
você não entende nada e eu não vou te fazer entender
me encara de frente:
é que você nunca quis ver, não vai querer, não quer ver
Nas cinzas do meu sonho
um hino então componho
sofrendo a desilusão
que me invade
canção de amor, saudade
saudade
Eu te quero (e não queres) como sou
não te quero (e não queres) como és

Domingo é o fino-da-bossa
segunda-feira está na fossa
terça-feira vai à roça

Coisa mais bonita é você
assim, justinho você
Dorme que eu vou te velar
pela noite quieta
como a chama do luar
vela o sono dos poetas
Me senti sozinho
tropeçando em meu caminho
à procura de abrigo
ma ajuda, um lugar, um amigo
Você é meu caminho
Meu vinho, meu vício
Desde o início estava você
Vem meu amor
vem com calor
Não sou nem quero ser o seu dono
é que um carinho às vezes cai bem
Me diz:
Gosto de te ver ao sol, Leãozinho
De te ver entrar no mar
Tua pele, tua luz, tua juba

Quem não rezou a novena de Dona Canô
quem não seguiu o mendigo Joãozinho Beija-Flor
quem não amou a elegância sutil de Bobô
quem não é Recôncavo e nem pode ser reconvexo

2.06.2009

Um dia...Um show...

Um dia "inesquecível", um show "marcante" e uma música "no som do carro"...

Pedro Mariano - Citibank Hall (01/08/2008)
Música: Risos e Memórias



...e o eco da batida da porta do carro e a imagem desaparecendo entre os automóveis...

"quem dera eu pudesse entender o destino..."


E O RESTO.....É SILÊNCIO...(Hamlet)

2.04.2009

A mulher da bíblia



Ontem, na mulher da bíblia, um frio na barriga me corroía, uma certeza de não querer ouvir o que amaria a tempos atrás.
Com certeza em seus olhos claros e a confirmação das palavras bíblicas, ela repetiu frases ditas, certezas dilaceradas, que ao invés de me fazer feliz por saber da felicidade, saí de lá amargurado, por não querer que no meu futuro estivesse o que eu mais quero.

Pela manhã e com o sol ardente de hoje, me alivío, e o que me faz tranquilo é saber que a felicidade em minha vida, "não é minha opção, é exatidão".

2.02.2009

Conversas mil

Conversas mil com mil e um amigos, sobre o que é se relacionar.

Na quinta, uma amiga me diz que só se tem "prazer depois da dor" (uma conclusão aparentemente tola, porém mais real do que se imagina)

Na sexta, outra me diz que o encontro de duas pessoas é a "lei da oferta e da procura".

No sábado, outra amiga me diz que tem "medo".

No domingo, outro diz que se relacionar é "uma balança sem peso dos dois lados" e que o peso vem com a insegurança.


São inúmeras opiniões depois de traumas amorosos e de relaciomentos frustrados, mas o certo é que ninguém é de ninguém, no máximo é concedido uma pequena parte nessa troca. Pois bem hoje, por hoje, não pelo amanhã ou por ontem, HOJE, digo que:

"Amar, pra mim, é viver o cheiro, pois o cheiro do outro é a única lembrança eterna e sublime, assim como o amor devia ser."

e como diz o cantor da minha vida, Diego Torres:

"Entre amores que matan
Y amores que mueren
Entre risas y llantos
La vida nos duele

Van pasando los años
Y el tiempo se han ido
Y he llorado con pena
Todo lo perdido

Entre amargos recuerdos
Y dulces encuentros
Entre lágrimas tristes
Y alegres momentos

Entre tanta locura
Que lleva esta vida
Entre guerras y odios
Pasamos los días

Y pensar que escribiré
Sólo pretextos
Para no decirte qué es
Lo que yo siento

Amores que matan y mueren
Yo muero si te mueres
Risas, llanto y amores
Y en la vida nos pediremos mil perdones..."

Bom é isso, ótima semana a todos!

[suspiro]

obs. Como não sei postar vídeo, se quiserem ouvir essa música clique no "Conversas Mil", que está linkado.