1.30.2007

A fé, o desespero e o clamar...( CONTO )

Havia um menino diferente, chamado Gênis, que não sorria, sofria de uma doença rara, que não lhe dava formas musculares no rosto e nem emoções para demonstrar nenhum tipo de sentimento. Ele era assim, o mesmo, o dia inteiro, todos os dias. Sua mãe, o amava, mais que qualquer bem que lhe restava na vida simples e precária que levava. Ela era diarista e seu marido, carpinteiro. O pouco que ganhavam sobrava apenas para as contas e a comida, não tinham condições para o tratamento de Gênis. Os anos passaram e o menino estava se tornando um homem, um homem sem feições, sério e sem palavras.
Um dia a mãe de Gênis estava chorando no quarto, quieta, mas em prantos profundos. Gênis observava pela fresta da porta, e sua mãe apenas dizia:
- Por que? Porque meu Deus? Sempre fui uma mulher batalhadora e o meu unico pedido foi ter um filho, abençoado por Ti ( em soluços ). Amo meu filho, mas nunca poderei desfrutar de netos ou ao menos, um sorriso seu. Quando eu morrer, meu filho ficará desamparado e como farei para ajudá-lo? ( choro e tristeza ).
Gênis, observava, seu olhar fixo nas palavras de sua mãe. Não disse nada, foi para seu quarto. E sem saber sentiu algo no coração, algo que não havia sentido antes. Sem perceber, deixou cair uma lágrima. Era a tristeza. Era o sentimento sendo brotado em seu coração. Aquela sensação aumentou e ele não conseguia controlar e começou a chorar. Sua mãe desesperada foi ao seu quarto e viu a cena, que nunca viu de Gênis. Ele estava tendo alguma emoção. E em pranto ele disse:
- Obrigado mãe! Você me libertou dessa doença! Agora eu posso sentir em meu peito algo. Hoje eu posso falar. Hoje eu sei que eu sou um ser humano e que posso chorar.
Choro e riso se confundem no quarto.
Hoje Gênis, é casado, têm duas filhas. E sua mãe hoje é falecida, porém conheceu as netas antes de partir. A fé, o desespero e o clamar, pode ser bobagem, mas é um ato. Ato de simplicidade, coragem e de sentimento. Somos o que queremos ser, e sentimos o que devemos sentir. Alegre-se pelo riso e pelo choro, eles são a nossa fonte que nos motiva a cada dia.

( Autor: Adriano Veríssimo 31/01/07 10h10 )

Bjo grande,

Adriano Veríssimo

1.26.2007

O amor é assim...( CONTO )

Um senhor toda manhã fazia sua rotina de passar na banquinha de jornal do Seu Abreu e tomar um café forte na padaria de esquina de sua casa. E enquanto ele fazia todo esse percurso, sua esposa, uma senhora de pele branca, com olhar doce, ficava na varanda observando seu marido. Aguardava ele voltar com os pães e como de costume de ele lhe dar um beijo na testa junto com as palavras " Te amo querida! Vamos tomar nosso café? ", toma sua mão e a leva para dentro de casa e lá tomam seu café, diário, a mais de quarenta anos.
Um certo dia, o senhor não passou na banca de jornal do Seu Abreu e nem tomou o café forte na padaria. Nos dias seguintes também não. Os amigos de anos, acharam estranho e foram até a casa do senhor, e lá estava a senhora, sentada, descabelada, de quem não fazia outra coisa a não ser ficar sentada aguardando. O senhor havia morrido, e a senhora desde o primeiro dia ficou na varanda aguardando ele voltar da padaria, e ele não voltava. Esperançosa, ela permanecia. Meses a espera, até que um dia encontram a senhorinha, na mesa da casa debruçada, com o jornal numa mão e um pãozinho na outra. Hoje ela toma café com seu amor no céu. Afinal a vida sem amor é rotina, mas com amor é prazer. Ela pode ter sido covarde de se entregar a morte, mas foi muito corajosa de entregar sua vida para estar com seu amor, matutino, sincero e feliz.

( Autor - Adriano Veríssimo 26/01/07 11h30 )

Dedico a você que ama e espera!

Bjo grande,

Dri Veríssimo

1.24.2007

Você a minha inspiração!

Venha, que te mostrarei
a luz, gota de chuva
como sol poente
de um paisagem de dunas
entre duas ruas e uma estrada
com árvores e maçãs,
vermelhas e reluzentes!

Gentilmente, pedirei sua mão.
Levarei em meu rosto
e com minha barba acariciarei.
Venha, não tema!
que sou o que sempre sonhou.
O perfeito ou o errado,
mas indispensável para sua felicidade.

Quero hoje poder te levar
para o fundo do mar
e poder ter mostrar o tesouro que guardo para ti.
Tesouro límpido - sem dono...
...bem guardado.
Guarda-lo-ei até que compreendas,
que sou eu...

eu...

eu...

eu...

Sim! sou eu que te amo!
Mesmo não te conhecendo,
nem ao menos visto,
mesmo assim amo!
amo você!!
Quando apareceres saberás que era
você a minha inspiração.

( Adriano Veríssimo )

1.23.2007

Mais Fotos!!!

Vou postar aqui fotos de amigos...

Que eu AMO e CONSIDERO mto!!!


Carol e Madú


Essa Menina é Phoda...Carol T AMO!


Sem Noção né?!!


Meu amigo Charles...


Madúuuuuuu!!!!! Q eu admiro mto!


SPFW...Com Caroline Viana!!! ( risos )


Carol e Charles...


Migows!!!

Estou devendo a foto com Tânia que eu não gravei aqui...mas postarei...

Bjo grande,

Adriano Veríssimo

1.21.2007

Desabafo!

Amei! Amei mais que todas as pessoas juntas do universo, mais que os grãos de areia. Serei julgado por todos os erros, de não ter dito o tamanho amor que guardei, que por horas corroia sem mais espaço no peito, sem saliva, com sorriso, com brilho nos olhos, como jamais alguém amou. Sei que serei julgado por não ter compartilhado de tamanho amor que me pesa, que me sobrecarrega, que faz-me sentir um escroto.
Sem saber amar! amei! amei mais do que podia amar, tive fé em Deus, na Santa, no Santo, no Amo, no Padre, no Pastor, no Pai de Santo, no Buda, nas crenças, nos bares, no breu do meu quarto. Chorei! quando te encontrei, sabia que seria feliz contigo, sabia que você não me deixaria. Erro! Erro de acreditar nas suas palavras, doces e deslizantes. Mas como novo, que ainda sou, não penso em desistir. Se a vida amanhã acabar saibam que eu amei, amei mais que todas as maneiras demonstradas nesse planeta. Você pode um dia lembrar de mim, do jeito que conheceu, nesse jeito moleque, sério, emburrado, divertido e sagaz de ser. Sempre fui o mesmo que te amou, que ama.
Pena! É uma pena saber que você está assim hoje! Uma pessoa jogada ao vento, sem saber que eu sou a brisa fresca, que te eleva e te faz repousar, te faz existente e brilhante. Posso me demonstrar convencido, mas você sabe que não sou! Deixo as ruas, as esquinas e o banco da praça, para poder me enrolar no edredon, onde você não está - escolha - eu decido, desisto, de ser o rastejante. Quero sua felicidade, e é uma pena que não percebeste que ela é ao meu lado. Tolice!
E como diz a oração de Santa Sara de Kali " a terra é nosso chão ", estou me convencendo cada vez mais disso. Não subo mais as nuvens, por que você já não é mais meu céu. Infantilidade! Somos duas crianças. Quem sabe quando estivermos nos bailes da Nostalgia e eu me sentar ao teu lado, com uma voz tremula, com um peso nas costas e com benguala para poder me apoiar, te tire para dançar e possamos prozear e termos pelo menos alguns minutos de amor e maturidade, antes de morrermos.

( Adriano Veríssimo )

1.19.2007

Agora sim! o Poema do Mário...



DROPS DE DEUS

Alguns caras prestam atenção em poças d?agua
Alguns caras correm em pistas de aeroportos & ouvem longas histórias & amam suas garotas
Alguns caras precisam de laranjas & alka-seltzer & se encantam com quartos de hotel & cheiram cinzeiros & manobram carrinhos de supermercado & não marcam touca - caem fora quando o onibus explode & andam com a etiqueta do ano passado & sabem que cachorros são sagrados & pisam em ostras &
escolhem um deus qualquer pra conversar
mordem drops com os dentes da frente
Alguns caras caem de navios & quando voltam exibem passos de dança
Alguns caras afogam pérolas em taças de vermouth
& espantam os pombos com alucinadas corridas pelo parque
& bocejam
& contam longas histórias & são amáveis comendo hot-dogs
dando um tapa na noite
Alguns caras nunca estão a vontade & choram em concertos de violino
& bebem cerveja lendo pocket-books
Alguns caras são apaixonados por carros usados
& comem suas garotas
& sábios sabem que cachorros são sagrados
Alguns caras planejam morar no litoral
& são capazes de longas histórias
Alguns caras prestam atenção em poças d?agua.

( Mário Bortolotto )



Bjo grande,

Adri Veríssimo

1.18.2007

Entrevista "Mário Bortolotto"

Postarei um poema de um grande Dramaturgo, poeta, escritor, ator, diretor....ufa! deve ter mais algumas funções, mas esses são o suficiente para mostrar que é o cara é bom. Dentro de suas listas de espetáculos estão "Éramos todos Thunderbirds?, ?Medusa de Ryban? , ?Nossa vida não vale um chevrolet?, "Hotel Lancaster", entre outras. Um dramaturgo procurado por nada menos que "Raul Cortez". Falo de Mário Bortolotto.

Abaixo, parte de uma ótima entrevista feita pela Revista Virtual Etcetera de Arte e Cultura, percebam a sinceridade dele, " e não achem que ele se acha", ele é simplesmente sincero e um dos novos talentos da escrita. Digo novo, pelo fato de termos uma dramaturgia um pouco apagada de uns bons anos para cá.

.........


Etc - Nos seus textos há comentários sarcásticos sobre celebridades do momento....

MB - ...é, pessoas sacralizadas. Odeio gente desse tipo, que leva isso a sério.

Etc - ... relacionamos alguns nomes da cena teatral que são praticamente "instituições", gostaria que você dissesse o que acha dessas pessoas como, pra começar, a Fernanda Montenegro?

MB - A Fernanda Montenegro é uma grande atriz, isso é indiscutível, e eu acho que se acomoda um pouco em cima disso, nessa história de grande dama, grande diva, e aí não faz nada que preste mais. Aí é só estrear, vai o crítico assistir e depois falar "a Fernanda Montenegro é genial". Isso enche um pouco o saco porque eu fico achando que a Fernanda Montenegro tá fazendo sempre a mesma coisa há um tempão. Essa sacralização é que me incomoda, e eu posso colocar o nome do Paulo Autran também e mais um monte de outros atores desse tipo, que eu reconheço como grandes atores, gosto do trabalho deles, mas eu acho que estão acomodados, deitados em berço esplêndido e aí é complicado.

Etc -...e o Gerald Thomas ?

MB - Pois é, o Gerald Thomas é um cara engraçado, eu me divirto muito com ele. Na verdade eu não gosto muito das coisas que ele faz não. Eu acho ele um grande iluminador, a iluminação dele me deixa extasiado, aquela do Beckett, a luz era bonita pra caramba, mas eu acho chato o trabalho dele. Essa coisa de ficar polemizando o tempo todo também acho besteira. Aquela história de ele ser processado por ter mostrado a bunda no final do espetáculo, eu acho uma bobagem, tanto o processo quanto a atitude de mostrar a bunda. Tudo isso é tão bobo. Mas é uma figura engraçada.

Etc - ...o Zé Celso Martinez ?

MB - Puxa, eu acho chato demais ver aquilo. Eu não consigo ficar quatro horas assistindo uma peça naquele lugar que você não consegue encostar direito, não tem encosto nas cadeiras. Eu não gosto do Zé Celso, acho tudo um grande ritual, as pessoas gostam, se divertem, participam, é um teatro interativo, mas eu não gosto. Respeito ele como um grande criador, uma figura importante para o teatro brasileiro, um cara que revolucionou de muitas formas o teatro, é um homem de teatro mesmo e acho que a gente tem que respeitar o cara, mas se eu falasse que gosto estaria sendo hipócrita, eu não gosto, acho chato. Mas é super válido, tem pessoas que gostam, então é super válido.

Etc - ... Antunes Filho ?

MB - É um grande diretor, acho que não tem muito que discutir a respeito disso. Só acho que ele tem que prestar mais atenção na cena toda de teatro, às vezes ele se basta muito em si mesmo e isso é um pouco complicado. Ele fala assim "Ah, eu não assisto nada de ninguém...todos os atores são ruins menos os da minha companhia" e esse tipo de coisa é um pouco chato, ele deveria abrir um pouco o seu leque de referenciais, mas é um grande diretor, isso é inquestionável. Não sei se eu aprovo muito os métodos de direção dele, pelo que eu conheço deles, a maneira como dirige os atores, etc., isso eu não aprovo muito não. Agora o resultado é muito bom, só que eu não concordo com essa história de que o fim justifica os meios.

Etc - Como é seu processo de direção, de montagem das peças ?

MB - É muito simples, cara. É assim: decora o texto, decora as marcas e vamos trabalhar, e se você não entendeu alguma coisa a gente conversa depois na mesa do bar, não fica enchendo meu saco na hora do ensaio. Na hora do ensaio, você tá com o texto decorado, eu te dou as marcas, te dou os tempos, a intenção...aí, se você não entendeu, se quer discutir de onde que veio aquele personagem, se foi de Sartre, de Bukowski, a gente vai conversar tomando uma cerveja, aí a gente discute, eu te passo uns livros se você quiser ler, te indico uns filmes, e se você não tiver interesse nisso também, vai lá e faz, o importante é que você faça bem.

.............

Diz aê! O cara tem pulso, afinal falar dessas pessoas não é para qualquer, ou melhor, dizer é fácil, difícil é fazer melhor...E ele consegue!

Não estou babando ovo para o cara, mas ele tem uns textos muito bons! Mexe, critica, expõe, surta, racionaliza...

Sem comentários!

Eu como novato ator, ainda irei montar um espetáculo desse cara. Se a vida assim permitir!

Bjo grande,

Adri Veríssimo

1.17.2007

Na Trilha, de "Plínio Marcos"

Na Trilha

Esses ensinamentos eu escutei pelas trilhas dos saltimbancos, em mais de quarenta anos de andanças. Tem me valido.

1- Onde houver autoridade
Não pode haver criatividade.

2- A arte é uma magia;
a gente aprende, mas ninguém ensina.

3 - Qualquer métodologo vira um sistema burocrático;
mas nenhum método também pode virar um método.

4 - A poesia, a magia, a arte...as grandes sabedorias
não podem habitar corações medrosos.

5 - Tudo se consegue com esforço;
não se chega a lugar nenhum sem caminhar.

6 - A arte, de um modo geral,
só faz sentido como uma tribuna livre,
onde se possa discutir até às últimas conseqüênciasos problemas do homem.

7 - A cultura nas mãos dos poderosos
constrange mais do que as armas;
por isso, a arte e o ensino nas mãos do governo
são sempre sufocantes.

8 - Para poder ver é preciso esquecer a religião,
a educação e a ideologia.

9 - Cuidado com o papo dos velhos;
geralmente o que dize-me pra justificar a vida miserável que viveram.

10 - Não se prenda a nada.


Palavras do Mestre "Plínio Marcos".


bjo grande,

Adri Veríssimo

1.16.2007

Personagem X Ator

Puxa! Desanimadíssimo. Ontem o dia foi pesado, tribuloso e cansativo. Ontem bateu uma leve vontade de desisitir, desisitir de tudo. Tive um sentimento forte de incapacidade. Não consigo tirar de mim as forças da personagem. Sei que não é tão simples quanto gostaria que fosse, mas poderia ser diferente. Tive outros personagens mais fortes e com muito mais emoções a expressar no palco, mas essa é diferente, quando penso estar no caminho, dei meia volta e estou ao contrário. Me sinto triste por envolver o grupo, afinal somos um coletivo e um depende do outro. Preciso buscar forças e energias para poder vencer mais essa. Preciso fazer um pouco de yoga, acender uns incensos e tomar um Frozen com suspiro, licor de morango e chocolate ( risos ).
Tudo o que escrevi pode parecer bobagem, afinal seria apenas mais uma luta de ator X personagem; não é somente isso, é uma luta entre entendimento, sentimento, esteriótipo, técnica, direção e extinto. Torço para que dê tudo certo, estamos na reta final e fraquejar agora é como morrer na praia.

( Adriano Veríssimo )

FOTOS!

Sessão Fotos!

rsrs

Faz tempo que não posto algumas fotos né?

Bom aí vai! Essas são do Aniversário da Mônica em Novembro ( do ano passado )...Eita!

( Tiradas por Fernada Helen )


EU...é claro!!! rs

Eu e minha amiga Modelo...Linda né? Fernanda Helen...

Fê, Eu, Madú e Charles...

Continuarei a postar....

Bjo grande,

Dri Veríssimo

1.13.2007

O Assassinato do Anão do C. Grande...

Não Percam!!!

Essa semana tem espetáculo!

Quero vê-los lá! e se divirtam nessa comédia de Plínio Marcos.

O Assassinato do Anão do Caralho Grande

"O espetáculo mostra a vida da trupe mambembe de ciganos do "Grande Circo Atlas". Em passagem por uma cidade do interior, a trupe é acusada de alimentar Platão, o leão, com gatos e cachorros. Nessa confusão, um possível crime começa a ser investigado: o assassinato do anão Janjão, famoso pelo tamanho exagerado do pênis. "

Hilariante!

Me prestigiem!

Bjo grande,

Dri Veríssimo

1.12.2007

O ATOR ( de Plínio Marco )

O ATOR
(de Plínio Marcos)

Por mais que as cruentas e inglórias
Batalhas do cotidiano
Tornem um homem duro ou cínico
O suficiente para fazê-lo indiferente
Às desgraças e alegrias coletivas,
Sempre haverá no seu coração,
Por minúsculo que seja,
Um recanto suave
Onde ele guarda ecos dos sons
De algum momento de amor já vivido.
Bendito sejaQuem souber dirigir-se
A esse homem
Que se deixou endurecer,
De forma a atingi-lo
No pequeno porém macio
Núcleo da sua sensibilidade.
E por aí despertá-lo,
Tirá-lo da apatia,
Essa grotesca
Forma de auto-destruição
A que por desencanto
Ou medo se sujeita.
E por aí inquietá-lo
E comovê-lo para
As lutas comuns da libertação.
O ator tem esse dom.
Ele tem o talento de atingir as pessoas
Nos pontos onde não existem defesas.
O ator, não o autor ou o diretor,
Tem esse dom.
Por isso o artista do teatro é o ator.
O público vai ao teatro por causa dele.
O autor e o diretor só são bons na medida
Em que dão margem a grandes interpretações.
Mas o ator deve se conscientizar
De que é um cristo da humanidade:
Seu talento é muito mais
Uma condenação do que uma dádiva.
Ele tem que saber que para ser
Um ator de verdade, vai ter que fazer
Mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios.
É preciso coragem,
Muita humildade e, sobretudo,
Um transbordamento de amor fraterno
Para abdicar da própria personalidade
Em favor de seus personagens,
Com a única intenção de fazer
A sociedade entender
Que o ser humano não temInstintos e sensibilidades padronizados,
Como pretendem os hipócritas
Com seus códigos de ética.
Amo o ator
Nas suas alucinantes variações de humor,
Nas suas crises de euforia ou depressão.
Amo o ator no desespero de sua insegurança,
Quando ele, como viajor solitário,
Sem a bússola da fé ou da ideologia,
É obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente
Procurando, no seu mais secreto íntimo,
Afinidades com as distorções de caráter
De seu personagem.
Amo o ator
Mais ainda quando,
Depois de tantos martírios,
Surge no palco com segurança,
Oferecendo seu corpo, sua voz,
Sua alma, sua sensibilidade
Para expor, sem nenhuma reserva,
Toda a fragilidade do ser humano
Reprimido, violentado.
Amo o ator por se emprestar inteiro
Para expor à platéia
Os aleijões da alma humana,
Com a única finalidade
De que o públicoSe compreenda, se fortaleça
E caminhe no rumo
De um mundo melhor,
A ser construído
Pela harmonia e pelo amor.
Amo o ator
Consciente de que
A recompensa possível
Não é o dinheiro, nem o aplauso,
Mas a esperança de poder
Rir todos os risosE chorar todos os prantos.
Amo o ator consciente de que,
No palco, cada palavra
E cada gesto são efêmeros,
Pois nada registra nem documenta
Sua grandeza.
Amo o ator e por ele amo o teatro.
Sei que é por ele que
O teatro é eterno
E jamais será superado
Por qualquer arte que
Se valha da técnica mecânica.


Dedico esse texto a todos meus amigos Atores e Artistas, que sabem que no palco não estamos para sermos servidos e sim servir...servir de todas nossas emoções, sentimentos, corpo, psiquícos e disposição.

Tiro meu chapéu, para nós atores de Teatro Amador, Mambembe, Pobre - mas com talento e garra para fazer trabalhos surpreendentes.

Bjo grande,

Adriano Veríssimo

10 ( dez ) Momentos Marcantes - DÉCIMO

[ choro ]

[ lágrimas, lágrimas ]

Não! Não acredito!

[ chorando como uma criança ]

Preciso apoiar minha mãe...

( abraçando sua mãe, ao lado caixão )

{ " Pai nosso que estás no céu..." }

Ele sofreu tanto né mãe?

[ chorando ]

{ " santificado seja vosso nome..." }

Mãe! Não fica assim, foi melhor, ele estava sofrendo...

[ em soluços ]

{ " venha a nós vosso reino..." }

Foi muito triste, eu estava em casa, ele disse para eu ir comprar o remédio dele, e resmungou " Hoje é meu dia", eu ouvi, mas não acreditei. Ficamos a tarde toda juntos, pois eu era quem ficava com ele a tarde depois que chegava do colégio, todos trabalhavam. A noite, eu e meu irmão já estavamos no quarto, assistindo TV; ele começou a tossir muito, mais que o normal, e não parava, gemia muito de dor, foi quando ele me chamou e a cena era horrível...muito sangue...muito, muito mesmo. Gritei meu irmão e fomos correndo levá-lo para o médico; ele somente gemida, tocia e vomitava sangue. Quando estavamos chegando, ele deu suspiro longo e forte, e morreu, ali, em nossa frente..............

{ " seja feita vossa vontade assim na terra como no céu...amém " }

[ em desespero ]

Não, não fecha! Meu pai!

( a família se abraçando, a mãe e seu três filhos ali - ultimos segundos )

Mãe! Não fica assim...

( abraçando sua mãe )




...

anos depois!

....

Hoje é a pessoa que mais me faz falta! Saudade torturante!

PAI TE AMO!

[ lágrima ]

( Adriano Veríssimo )

10 ( dez ) Momentos Marcantes - NONO

Sim, estou com meu carro.

Ah! Estou aprendendo, mas já dirijo.

Ainda não, minha carta sai no mês de Dezembro, mas até parece que vou ficar andando a pé tendo carro na garagem, é até bom, assim vou treinando.

Será que tem perigo em deixar aqui na frente da escola?

Bom, todo mundo deixa.

( em aula )

( horas depois )

( sinal - 22h50 )

( ligando o carro )

( colocando o cinto )

( olhando o retrovisor )

" Onde liga mesmo os faróis? "

" Ai meu Deus, esse é o limpador..."

Agora vai...

" Esse monte de carro " [ com raiva ] " Bem agora! "

...

30 Km

" Pra quê correr, estou bem assim...Pode buzinar a vontade tia! "

....

[ atenção geral ]

[ olhos atentos ]



...

" Ai! morreu...Porra, logo na avenida..."

...

40km

" Afeh! que cheiro de queimado...Esse carro já está dando pau.."

...

[ barulho ]

O que houve? ainda bem que tô chegando...

( virando o carro para colocar na garagem )

Ai meu Deus! cadê o freio...( desesperado )...Vai bater no portão...

( barulho )

Bateu! porra...

( colocando o portão no lugar )

Puts! as calotas estão derretendo...

[ emputecido ]

[ refletindo ]

Será que eu vim com o freio de mão puxado?

( Adriano Veríssimo )

1.11.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - OITAVO

( dormindo )

- Senhor!? Senhor!?

( acordando assustado )

- O senhor vai querer algo?

Ah assim...Coca-Cola, por favor!

" Ainda? "

Faltam seis horas ainda?

Vou assistir o show da Maria Rita.

( pegando no sono novamente )

( tempo )

( acordando incomodado )

Nossa que lindo! Estava a noite há dois segundos e agora está esse sol radiante. Que lindo!

Vou assistir Austin Power, para ver se o tempo passa.

( tempo )

{ Atenção senhores passageiros, informamos que dentro de alguns minutos estaremos pousando no Aeroporto de Charles de Gaulle. Estamos com uma temperatura de 29 graus. Pedimos a todos que reclinem suas poltronas e coloquem os cintos que entraremos em aterrissagem. Desejamos a todos que tenham um bom desembarque e sejam bem-vindos a Paris. }

( pouso )

( desembarque )

O passaporte, é claro! Aqui está...

....

( dia seguinte )

...

( Feliz e emocionado )

Não acredito que estou em frente a Torre Eiffel...Um sonho! Obrigado Deus por me conceder essa oportunidade!


( Adriano Veríssimo )

1.10.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - SÉTIMA

Calma!

Não muito rápido...

Espera! Espera! Vamos devagar, precisamos nos conhecer melhor...

huumm!

Não faz isso..

Não vou aguentar!

Isso, pega...humm!

Putz! não fala no meu ouvido...

Acho melhor não.

( abrindo meu ziper )

Gostou?

[ ar safado ]

ai... ( gemendo )

Isso vai, vai!

Assim, isso...



[ delírio ]

muito bom...

sobe e desce vai.

delícia!!

isso!

...

( lambendo os lábios )

...

( suspiros e gemidos )

...

Que boca é essa!?

Uma delícia de língua...

( Adriano Veríssimo )

...

" Digo pouco para que minhas poucas palavras digam tudo. "

( Adriano Veríssimo - 10/01/07 11hs )

1.09.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - SEXTO

Sabe quando você fica desanimado?

Eu não queria vir, tava com muito sono!

É, não sei. Se eu formos indicados eu já estarei feliz.

( risos )

vai começar.

Vamos sentar aqui.

{ Os indicados para Melhor Coadjuvante: ..., .... e Adriano Veríssimo }

Ai meu Deus!

tudo bem, mas eu fui indicado!

{ Os indicados para Melhor Ator: ..., .... e Adriano Veríssimo }

Ah nãooo! Não acredito, porra!

{ E o Melhor Ator foi..................Adriano Veríssim }

Porraaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!

Não acredito.

{ E o Melhor Espetáculo de 2006 foi..............................." Nos Versos a Despedida " }

Porra! Caralho! Nós ganhamos!

" Gostaria de agradecer todos que colaboraram para esse trabalho. Se não fosse essas pessoas esse espetáculo não teria acontecido. Não tenho muito o que falar...Só que estou muito feliz! "

( coração acelerado )





( Adriano Veríssimo )

1.08.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - QUINTO

( Estacionando )

Chegamos!

Vou pegar uns papéis, porque a grama está molhada!

( sentados )

Que show!

Olha!

[ êxtase ]

Que louco!

Muito linda.

Esse som de água caindo, é energizante.

[ emocionado ]

As cores...

{ " Você é algo assim, é tudo pra mim, é como eu sonhava, baby...." }

Espera um pouco...

( olhando para a fonte )

Essa pedra é a pedra do amor, eu sempre guardei ela para uma pessoa especial, e acho que encontrei. Não teria momento mais propício do que esse para eu poder entrega-la. Que o nosso sentimento possa ser firme, belo e brilhante como essa pedra.

{ Te dedico essa fonte... }

[ leve suspiro ]

[ apaixonado ]

[ feliz ]

Ela será nossa...

..nossa fonte!



( Adriano Veríssimo )

1.06.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - QUARTO

É Carnaval! Vamos curtir !

Que estranho esse jeito dos dois...

( a noite )

Vamos sair...ah que ficar em casa! vamos pra praça!

[ stressado ]

Então fiquem aí!

" Não sei não, os dois ficarem sozinhos em casa, é muito estranho. Tomare que não aconteça o que estou pensando..."

( tentando não pensar )

Uma pinga no bambu pra mim!

vou beber! vou me acabar!

( tentando esquecer )

" Não posso ficar pensando nisso... "

[ animado ]

Vamos! é Carnaval, vamos atrás do trenzinho...

[ estranho ]

Zzzzz!!! zzeu acho que zeuzz tô zum poquinho beba..do!!

( bom tempo depois, na casa )

Cêzz perdaram, foi muitcho bom!

( tempo )

Vocês ficaram?

[ suspiro pesado ]

[ flash ]

[ pernas bambas ]

( tempo )

.....

Qual o problema? vocês já me viram pelado...Vou tomar banho!

....

Estou bem, só estou com sono...

....

( coberto pelo cobertor )

[ choro ]

[ flashs ]



( sem sono )

[ choro ]

" Não acredito! "

( Adriano Veríssimo )

1.03.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - TERCEIRO

Eu sei o que você vai dizer...

Mas pensa bem, será que não dá certo?

[ ouvindo ]

Eu gosto de você!

Sei lá.

Eu sei que você não vai querer, mas queria que continuassemos amigos.

( tempo )

A gente não escolhe de quem gosta!

aham!

entendo!

Não, não vou ficar chateado, eu entendo!

[ olhos lacrimejados ]

Só te peço para não mudar comigo.

aham!

sim...

Eu também! e muito...

[ sem humor ]

Tchau! depois a gente se fala.

( dando a partida no carro )


....

[ 100 km ]

....

[ lágrima ]

...

[ 120 km ]

....

[ o som ligado - " Ainda lembro o que passou, eu, você em qualquer lugar... " ]

...

O que há de errado comigo?


( Adriano Veríssimo )

1.01.2007

10 ( dez ) Momentos Marcantes - SEGUNDO

Vai lá!

Não, não quero...

Eu não preciso disso.

[ receoso ]

Tenho medo!

( risos )

Não tem problema mesmo?

[ suspiro ]

Ah! sei lá, tenho medo...

Estou vendo, o céu está bonito mesmo.

[ sorriso ]

Beleza, vai!

....

( pegando )

....

( tempo )

....

Puta que pariu! tá vendo as estrelas agora? Estão formando um dragão. Repara!

Eu acho que eu não tô bem, não consigo parar de rir.

( Adriano Veríssimo )