12.30.2008

Ano de Luz!

Espero trabalhar bastante para deitar e dormir um sono profundo. Ter o prazer do cansaço.
Rodar pelos palcos deste Brasil. Ser para amigos próximos uma fonte de ânimo e tripé para seu sucesso, refletido assim o meu.
Espero que o próximo ano, eu ame mais, mais do que este. Ser amado. Ser o que desejam e encontrar o que preciso.

"Desejo pouco, pra que o muito me surpreenda." ( A.V )


Ano de luz e saúde a todos!

Com amor,

Adri Veríssimo

12.22.2008

SENTIR É ESTAR DISTRAÍDO





[...]

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.


Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.


Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão -
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.

(Pessoa - Alberto Caeiro)

Hoje cansado, com sono e com dor de cabeça, mas bem, a não ser a frustração.

12.17.2008

...pro diabo que o carregue.


Antes de mais nada, "vai tomar no centro do seu cú"...Pronto comecei a me aliviar. Sei que é podre, ainda mais eu que posto sobre amor, paixão, momentos de um cidade enorme e o escambal. Hoje me deu vontade de mandar tudo a merda, de não olhar para os lados, mandar se fuder, tocar o foda-se pra tudo. Rir das desgraças dos outros, chorar a morte da vilã da novela, berrar com quem se atrever cruzar meu caminho, encher de porrada quem falar do meu cabelo e deixar com hematomas uma pessoa aí, inconsequente.
Se eu tô louco? Tô louco do cú, como diz uma amiga, só se for.
É fim de ano, espírito natalino, amigos ocultos, presentes, risos, comidas e o que nos trás depois? Dívidas, peso na consciência do que podia ter sido e não foi, ressaca, quilos a mais e pra quê? Pra porra nenhuma. Quero que se foda os dias de luz do papai noel. Quero que tudo se lasque. Não quero pensar em ninguém, nem mesmo em quem eu quero pensar. Tudo pra merda. Concordando com R. Carlos "E que tudo mais vá para o inferno!".
Não acordei assim não, antes fosse uma noite mal dormida ou uma foda mal gozada.
Essas coisas que disse, é só a água salgada que antecede o vômito.

12.12.2008

Momentos Paulistanos...* 07

Novinha, baixinha, sorriso largo, vinte e dois anos e desesperada para esquecer um amor; saiu do trabalho, foi para casa em Santo Amaro, nada vaidosa, se arrumou rapidamente e saiu. Encontrou um amigo no metrô e foram para o Sarajevo, uma balada escura da Augusta, comemorar o aniversário de uma amiga. A balada, lugar imenso, com rock ao vivo, duas pistas de dança com som alternativo e muito espaço para amassos fortes.
Ela se acabou a noite toda e trabalhou a sexta-feira inteira.
Dormiu até meio-dia de sábado.
Ensaiou. Foi ao cinema e riu num filme de chorar.
Noite de sábado. Vila Madalena, um dos bairros mais agitados da cidade de São Paulo, com seus restaurantes, bares e baladas.
Ritmo caribenho, era o que ela ouviria a noite inteira, com bons amigos, cerveja e suor nas costas. Era aniversário de um amigo, namorado de uma amiga, amigo de todos os seus amigos e seu amigo também.
No carro de seu amigo, ouvia funk e os pancadões. Ela não gostava de funk, mas cantava e dançava se preciso, "o importante é ser feliz, porra!!!" - era o que dizia.
Encontrou parte da galera já na porta do Conexión Caribe. A animação estava certa.
Ela ria, sorria, dançava com um, rebolava com outro; amigos gays, homens e mulheres, todos a sua volta.
Saiu pegou uma cerveja com um amigo, sentaram na parte de fora da pista - área de fumantes; ela odiava cigarro, mas pediu para que ele ensina-se a fumar . Após toques dados por ele ( pega assim, traga assim, solta o ar, biquinho, cinzas no cinzeiro...) fumante de anos e caricato no modo de ser, conversaram sobre os amores, sobre os temores e sobre a falta deles - "Por isso que não vou mais amar..." ela dizia soltando fumaça pelo nariz.
Mais um ou dois cigarros.
Voltaram a pista, sentaram em outro canto com mais quatro amigos.
Jogo da verdade ou desafio.
Beijo. Strep-tease. Bundinha. Peitinho. Mordidas. Lambidas na barriga. Beijo dos amigos.
Putaria numa balada de cubanos. Ela curtia tudo. Um lugar só de tiozinhos, homens que ela jamais sairia.
Saíram da balada, quase amanhecendo, tomaram café no posto e cada um seguiu para sua respectiva casa.
Quando chegou em casa, ela não queria mais nada, estava bem cansada.
Só tomou um gole d´agua, pensou no corpo do amigo/irmão, bateu uma siririca e dormiu gostoso.
No outro dia, dor de cabeça.
Lembrou do amor que se foi sem fechar a porta. Lacrimejou, pensou, sentiu novamente a dor no peito.
Se arrumou e curtiu a noite de domingo na festa dos artistas - tocou o foda-se.
Ela não queria saber de nada, nem mesmo do amor que sentia por alguém que não saía, a sombra do que não volta e o tormento que não vai embora.
Na segunda-feira...
Ressaca.

12.09.2008

Hoje

Hoje é o que sinto e penso; tudo pra mim gira em torno de hoje - amanhã? Ahh o amanhã é o simples reflexo do hoje.
"Amanhã também será hoje".
Hoje é o que me importa, é o que movimenta minhas ações...Será que vai chover? Ou vou morrer de calor, suando que nem um louco? Vou ver quem eu quero hoje? Vou poder abraçar e dizer quem eu amo hoje?
Hoje, é o dia que eu espero, hoje é o dia que eu coloco meu coração para ninar, minha mente para funcionar e não ansiar nada, só que o hoje seja simples, belo e marcante.
E o mais gostoso é que o hoje existirá todos os dias.

12.05.2008

Loveology

Amorologia (o estudo do amor)

Oh, que irremediável humanista você é, vamos pro cinema?

Eu vou murmurar pra você uma música sobre nada importante.

Sente-se, classe.
Abram os livros na página 42.

Porco-espinhologia,
Veadologia,
Carrologia,
Ônibus-ologia,
Trem-ologia,
Avião-ologia.
Mãeologia
Paiologia,
Vocêologia,
Euologia,
Amorologia,
Beijologia,
Fiqueologia,
Por favor-ologia.

Amorologia, eu sinto muitologia...me perdoaologia.

Que irremediável humanista você é.
Me perdoe...perdoe-meologia.


(tradução de uma música chamada Loveology da Regina Spektor, uma cantora que tenho ouvido em meu carro. INDICO)

Essa música fala muito hoje "for me".

12.01.2008

40 anos...depois...

Um amigo me perguntou hoje por MSN:

- Qual será sua frase daqui a 40 anos?

Respondi:

- "Amei, amei mais que todas as pessoas juntas."

Ele, continuou:

- Daqui a quarenta anos, como será "Adriano Veríssimo"?

Depois de algum tempo, respondo:

- Não sei. Adriano Veríssimo poderá ser uma referência de artista. Poderá ter conseguido tudo o que sonhou aos 23 anos...

(depois de um tempo refletindo. 05 minutos)

- ...ou mais um alcoólatra da Praça Roosevelt.



"o amanhã, realmente, não nos pertence..."