12.12.2008

Momentos Paulistanos...* 07

Novinha, baixinha, sorriso largo, vinte e dois anos e desesperada para esquecer um amor; saiu do trabalho, foi para casa em Santo Amaro, nada vaidosa, se arrumou rapidamente e saiu. Encontrou um amigo no metrô e foram para o Sarajevo, uma balada escura da Augusta, comemorar o aniversário de uma amiga. A balada, lugar imenso, com rock ao vivo, duas pistas de dança com som alternativo e muito espaço para amassos fortes.
Ela se acabou a noite toda e trabalhou a sexta-feira inteira.
Dormiu até meio-dia de sábado.
Ensaiou. Foi ao cinema e riu num filme de chorar.
Noite de sábado. Vila Madalena, um dos bairros mais agitados da cidade de São Paulo, com seus restaurantes, bares e baladas.
Ritmo caribenho, era o que ela ouviria a noite inteira, com bons amigos, cerveja e suor nas costas. Era aniversário de um amigo, namorado de uma amiga, amigo de todos os seus amigos e seu amigo também.
No carro de seu amigo, ouvia funk e os pancadões. Ela não gostava de funk, mas cantava e dançava se preciso, "o importante é ser feliz, porra!!!" - era o que dizia.
Encontrou parte da galera já na porta do Conexión Caribe. A animação estava certa.
Ela ria, sorria, dançava com um, rebolava com outro; amigos gays, homens e mulheres, todos a sua volta.
Saiu pegou uma cerveja com um amigo, sentaram na parte de fora da pista - área de fumantes; ela odiava cigarro, mas pediu para que ele ensina-se a fumar . Após toques dados por ele ( pega assim, traga assim, solta o ar, biquinho, cinzas no cinzeiro...) fumante de anos e caricato no modo de ser, conversaram sobre os amores, sobre os temores e sobre a falta deles - "Por isso que não vou mais amar..." ela dizia soltando fumaça pelo nariz.
Mais um ou dois cigarros.
Voltaram a pista, sentaram em outro canto com mais quatro amigos.
Jogo da verdade ou desafio.
Beijo. Strep-tease. Bundinha. Peitinho. Mordidas. Lambidas na barriga. Beijo dos amigos.
Putaria numa balada de cubanos. Ela curtia tudo. Um lugar só de tiozinhos, homens que ela jamais sairia.
Saíram da balada, quase amanhecendo, tomaram café no posto e cada um seguiu para sua respectiva casa.
Quando chegou em casa, ela não queria mais nada, estava bem cansada.
Só tomou um gole d´agua, pensou no corpo do amigo/irmão, bateu uma siririca e dormiu gostoso.
No outro dia, dor de cabeça.
Lembrou do amor que se foi sem fechar a porta. Lacrimejou, pensou, sentiu novamente a dor no peito.
Se arrumou e curtiu a noite de domingo na festa dos artistas - tocou o foda-se.
Ela não queria saber de nada, nem mesmo do amor que sentia por alguém que não saía, a sombra do que não volta e o tormento que não vai embora.
Na segunda-feira...
Ressaca.

4 comentários:

Filipe Macedo disse...

...se conheço, se sei...tenho certeza que amo e que torço...para o vento acalmar esse pobre, forte e intenso coração!

Vaah'lérye...Do lado de cá do meu mundo... disse...

oiiii Adri...


imagina...não precisa ficar com vergonha não moço, rsrs
é só me presentear constantemente com os "momentos paulistanos"...Já falei que entro na campanha com a Clarinha por um livro!!!
e comprarei!! rsrsrs


fico feliz que tenha voltado a escrever e espero que muitos ainda venham...


sobre o momentos paulistanos 07...
huuum, está bem mais descritivo, rsrsrs...mas prefiro não comentar muito, apenas que está EX-CE-LEN-TE...como todos os outros^^


brigada pela presença constante...lhe gosto muito...
até a próxima^^
com muito carinho,
valeria....

Clara disse...

Adoroooooooooooooooooo

Espero que a moça...tenha muitas ressacas rsrsrrs

marcela primo disse...

§

/voz da experiência [on]

É muito ruim fazer coisas que não têm nada a ver com a nossa essência só para cumprir o imperativo de que é preciso ser feliz a qualquer custo; coisas loucas ou idiotas para esquecer um amor, ou porque não há amores pra lembrar.

Também não adianta fugir ou se refugiar em outros sorrisos, corpos e copos... voltamos sempre a ficar sós, com nossos pensamentos e nossa dor, com aquela sensação breve de decadência.

Mas é foda... sempre voltamos a fazer o mesmo.

/voz da experiência [off]

E agora um pouco da série: respondendo com músicas, rs...

"Já estou cheio
de me sentir vazio
Meu corpo é quente,
estou sentindo frio"
(Legião)

§