Sabe essa foto grande aqui em cima, essa que estou com algumas correntes e de óculos escuro, pensando em algo? Do meu layout?
Foi tirada hoje. Exatamente hoje. Acorrentado, pensativo, de óculos escuro num dia chuvoso por causa do cisco nos olhos e pronto, prontíssimo para viajar, estar "a bordo de uma viagem sem fim".
Tirei essa foto hoje e fiz tudo que aqui está, hoje. Como um deus que fez toda a terra em sete dias. O número sete é cabalístico e pode contar muito; daqui a sete dias tudo isso aqui não será mais o mesmo, pois está as portas a festa da carne e eu não sou vegetariano, sou eu, Adriano, libriano, cabeça de pano, que sente raiva de vez enquando, que ri de vez enquando e que ama...nunca .
Os sete dias que vierem, serão difíceis, como talvez a quaresma católica e ritualística que chega depois da "carne", a quarentena, dita, maldita. Por menor seria uma quarentena sem nada, mas a vida é posta a prova a cada movimento e para viver é só abrir os olhos e que esta mesma vida fique completa é necessário haver os "ciclos", ciclos viciosos que todo ser recalcado passa.
Hoje ao tirar essa foto, com as correntes, mesmo com as mãos trêmulas, mal segurando o cigarro, encerrei um ciclo, para que o novo comece. E para a minha religião, a minha crença, Igreja dos Livros Mal Lidos e Amores Mal Vividos, é possível rolar na grama com quem já te esfregou a cara na lama, mas para isso é necessário mudar os ponteiros, acertar as horas e trocar as pilhas, justinho num segundo paralelo, o "tic-tac" volta a funcionar. É a ponte safena imaginária. O ciclo, dessa foto, fonte e demonstração desse espaço de meu mundo, inúmeras vezes surreal e alimento de informação, até para mim mesmo, que relembro situações por palavras torpes e inoportunas, ante sou eu, o mesmo, melhorado e revisado, talvez calejado, sob olhares vigilosos, sou eu o cabeludo de sempre, magrelo de sempre, amigo de sempre e com abraço e beijo quente como sempre.
Esse ciclo, por agora, se encerrou, o vestido estampado devolvido, agora, até o feriado, quarta-feira de cinzas e tá tudo acabado.
[suspiro longo e sem mais]