1.22.2010

Sou Vaqueiro

Do canto ao vento
em meio a nada,
nem relento
voz trêmula, forte, quase aguda
canta Geni, canta Gerusa
encaminha, como postal
várias cabeças
em meio delas uma vaca
em busca da água em tempos de seca
Conduz alto, às vezes em laço
no rosto bronzeado a feição do cansaço
e canta forte, bonito
ludibria os bois e leva-os para o infinito
só não há gritos
apenas lamentos se morre um de seus filhos

aboia, aboiador!
laça um, grande vaqueiro!
nesse sertão-urbano
nasce mais um amor
e dentro de mim o apresso
faça de mim um canto tristonho, poderoso
andaremos juntos
de mãos dadas, carne, unha e osso
nasça num parto de mim
esse novo canto, esse doce aboio.

A.Verissimo

[inspirado no meu novo trabalho teatral - em montagem]

11 comentários:

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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O Menino Trovador disse...

Que lindas imagens Dri, lembrei da nossa musicalização daquele aboio do Guimarães Rosa "olerê baiana..."
lembra?
Parabéns, gostei de ler. Tô ansioso pra ver esse novo trabalho!

Bjoks

H. Henrique disse...

Q liiindo Dri, q trabalho é esse gente?

Anónimo disse...
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Ale Danyluk disse...

Que muita inspiração paire sobre sua vida e te faça mais talentoso do que já és.

Bjo
Ale

Anónimo disse...
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Anónimo disse...
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yes1 disse...
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Anónimo disse...
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Letícia Martins disse...

Nossa gostei mesmo.
Parabéns!