8.16.2011

A carta que não entreguei...

[hoje reorganizando o novo guarda-roupa, achei uma carta que não entreguei...]

[..]

Puxa, estamos juntos há uns meses e ainda não te escrevi nenhuma carta. Talvez por que tudo o que temos vivido simbolize e diga tudo, mas hoje resolvi te escrever. Escrever qualquer coisa: Que o dia está frio, mas com um sol lindo lá fora. Ou escrever que você me faz muito bem e que o teu beijo é “totoso”, que seu abraço conforto e que seu cheirinho, perfume bom.
Poderia eu escrever que estar com você é uma das minhas motivações e fonte de energia. Que quando estamos juntos, minha alma se aquieta e meu coração bota tudo no ritmo de um bolero, gostoso e relaxante.
É, as vezes preciso ouvir sua voz, seu jeitinho quieto e intimo de falar e de ouvir seu riso discreto e seu intelecto, invejável. Me acho as vezes chato com você, mas é que meu sono não é o mesmo sem o teu “Boa noite!”. É, percebeu o quanto você faz diferença?
Puxa, pensei agora, nesses meses, que não me limitam no tempo cronológico, fizemos muitas coisas, acho que um “pouco” de “quase” tudo. Só não fizemos a sessão “[...]” ( é assim que se escreve? rs) , não viajamos juntos, não assistimos “Ensaio sobre a cegueira”, não dançamos coladinhos, você não dançou “Pole Dance” pra mim (ai ai..rs), não dormiu em casa, não gritamos um com o outro, não dormimos no carro, não fomos ao parque (porém andamos de pernas-de-pau), não decidimos o que vamos montar para estarmos no palco juntos, não casamos (essa foi forte...kkk)...Nossa tantas coisas...Tantas coisas que fizemos e outras “INCONTAVEIS” que “AINDA” não fizemos, mas quero e muito, ter você em cada momento.

Com você nenhum momento é igual ao outro.

[..], passaria o dia inteiro escrevendo pra você, mas eu tenho que trabalhar, tenho que sustentar “nossos” filhos.

Te admiro [...]. Você mora nesse coração tirano aqui.

Com amor,

Dri

(29/09/2008)

6.20.2011

PELÍCULA

Um bar, um vento gelado na espinha, uma fruta. O menino de olhos pequenos, que em poucas palavras seguiu seu rumo, sua estória, seu jeito manso de dizer e seus pensamentos e desejos feito turbilhão passaram pela pequena mesa de bar. Uma cena. Um take. Um roteiro de vida sendo descrito, um protagonista e seu laboratório forçado. O homem em meio a tantos brinquedos que já não era imagem, era humanização de aparências, com seus traumas, seus segredos; sua saliva densa raramente externada. Olhos brilhantes, um coração gigante, sonhos lindos que passam dia-a-dia em aglomerada bagunça de pensamentos. Maria, José, João, Antônio, nomes que explicam a formada fonte de talento deste pequeno e intenso menino. Um corte. Gravando. E a película da vida real continua sendo rodada.

6.14.2011

E agora?

E agora José? Se visse além do horizonte, as dunas não terminariam como na fotografia. E o vôo que não levantou? O salto dado à queima roupa, foi extravagante demais para sua personalidade tímida, sua beleza introspectiva. O fusca azul, a menina na bicicleta e você ainda no mesmo lugar, observando tudo – que não mudou nada. E amanhã? O mesmo dia de sempre, que lá no fundo te incomoda, que te cansa, só uma pena que te coça as axilas e nem sequer sorri. Quinta, sexta, sábado que te aguarda e não expressa nada, nada além de mais um dia. O amor que não sofre mais por você, pois nem para amar tens forças; as musicas românticas não te comovem mais, pois “Love Songs” só tem o mesmo sabor quando o coração quer chorar. E agora? E agora José? O que faz da tua vida? O que faz dos teus dias? O que tens feito para realizar os seus sonhos?

2.04.2011

De noite...

Gosto de sentir o suor que escorre naquele momento em que nos olhamos cara a cara que sem saber o que fazer com a boca um beijo devorador e cheio de saliva e línguas enfurecidas brigam entre si capaz de levantar as armas e daí então iniciar uma deliciosa briga.

Enlouqueço ao passar pelas suas intimidades, de prová-las, de sentir o sabor. O som do seu gemido distante de mim agora, deixa meu menino em alerta e tudo isso é apenas o começo. Ouvir seu balbuciar safado dentre pêlos, suor e desejo, nos leva em contra posição, agora sou em você e você mim. Segundos, minutos, uma eternidade que poderia não ter fim. Somos dois em milhões de seres que neste momento nos habita.

Amo o cheiro que se expande pelo ar, o cheiro de nós em derradeiro fruto animal que se espalha pelos cantos do cômodo a meia luz. O início já não é mais começo e o fim que não chega porque não queremos. O que antes fora volúpia, neste instante é surto, são dois seres em entrega e um mundo inteiro girando a nossa volta. Molhados por dentro e por fora e com dedos lubrificados, que não se apaga. Me calo por gostar de sentir entre em minhas mãos o que mais nojento possa parecer. Amo seu cheiro - em mim de noite.

1.27.2011

Buenos!

Buenos! Buenos aires estoy viviendo.
Essa tua pele branca com a minha queimada, faz de nosso reflexo no espelho uma arte, uma beleza misturada.
Esse sorriso que diz tudo e nada, que me leve e me trás.
Buenos!
Que o ritmo da dança continue e que a musica não pare de tocar.
Breja, seja, nossa. Você em mim, nós, um mundo imenso pra explorar.
Contudo, o que fica é a frase: E quem não quer?