10.20.2006

Psiu! Alguém está em silêncio...



Em silêncio...

Consigo ouvir a voz do infinito
Que vejo no fundo do precipício
A ponta de luz que ainda resta nessa insensata
Incoerência de ventos e folhas
Que passa no céu aberto
Onde pulsa o sangue que desatina pelas veias
Que me leva a essência perfeita, que me trás a existência
De uma vida medíocre cheia de métodos,
Caminhos e escolhas a serem traçadas.
Preso num passado, destinado ao um futuro
Sem previsões de sol ,
Sem esperança da chuva
Que toca o meu corpo e me faz perceber
O quanto odiado sou
E o quanto carnívoro posso ser
Ao olhar no âmago, o sofrimento
Que mergulha no mergulho dos prazeres
Que me leva a subjetividade dos versos
Das folhas que em minha frente restam
No cheiro amargo das rosas
E no hálito bom da podridão
Ser, pensar, agir
Bonecos moldados a uma perfeição

Inexistente...

Interrupta pelo simples fato do parto
Gerado há anos
Que a lembrança se faz necessária para que
O riso seja choro
E a felicidade, ingratidão
Em silêncio...
Ouço o som do solitário
Vejo a cor da escuridão
Penso no ridículo de se amar
Partículas poluídas pelo ar
Sem nada poder fazer
No vazio da alma encontro abrigo,
No brilho da solidão percebo a preciosidade
de ser quem sou

Em silêncio...

...Me percebo.

( Adriano Veríssimo )

1 comentário:

Anónimo disse...

Olhar de misterioso...mas com um coração fora do normal!
ADORO VC!!!

Bjo