7.07.2007

* Em reforma conceitual *

Me peguei com nojo de muitas coisas de uns dias pra cá. Como diz Fernanda Montenegro "o artista tem que se despir para que o personagem exista..." e é exatamente esse o meu nojo. Nojo de atores (digo atores pois existem poucos artistas) com suas vaidades medíocres. Ainda sou vaidoso, vaidosamente crítico também. Pode ser apenas uma crise passageira, porém preciso que essa crise exista dentro de mim, para eu possa vigiar meus valores, se é que os tenho.
Não falo sobre vaidade física, o ator deve se cuidar, pois seu corpo é seu instrumento, falo de vaidade no palco, em cena, "Não bagunça meus cabelos!", "Eu não gosto de maquiagem!", "Pra quê ficar feio, minha concepção é outra...", "Jamais faria isso..". Eu fui assim, ainda sou, claro! Mas não quero ser mais, pois comecei a observar, e boa parte dos atores gostam de trabalhar sua imagem como bonita, sem saber que a beleza no palco é a grandeza de sua interiorização/interpretação. Você pode estar fazendo um mendigo, nojento, sujo e fedido, e ficar lindo(a) no palco.

Não faço teatro para ser bonito, se fosse para isso, seria modelo e não ator.

Para quem quer assim, pois bem, seja bonito, belo, cuide de sua aparência, não pense em estudar, que os livros fiquem longe da sua cabeceira, nem precisa assistir a espetáculos e outras coisas mais. Para que discutir sobre sua arte, se a sua arte é matéria e a minha é intelecto, duas coisas que podem se fundir, mas com uma boa briga antes.


( Adriano Veríssimo )



(Foto: Espetáculo "Em um mar de sangue, afogado" 07/ 2007)

1 comentário:

Deusa Do Amor disse...

ola meu lindo amigo
estou de inteira opiniao sobre teu post
a beleza esta no interior da pessoa...
que interessa ser lindo porfora se depois de algum tempo vemos que essa mesma pessoa e vazia e frustante
beijo doce amigo
saudadessssssssssss