Essa mulher, é Maria Bethânia.
"Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão.
Antes surpreso tão rude, nem sei como pude chegar ao portão.
Lendo o envelope bonito, o seu subscrito eu reconheci.
A mesma caligrafia, que me disse um dia: estou farto de ti.
Porém, não tive coragem de abrir a mensagem, porque na incerteza
Eu meditava dizia: será de alegria ou será de tristeza?
Quanta verdade tristonha ou mentira risonha uma carta nos trás
E assim pensando, rasguei sua carta e queimei para não sofrer mais."
( Maria Bethânia )
"Sonhar, mais um sonho impossível...
Lutar quando é fácil ceder, vencer o inimigo invencível
Negar quando a regra é vender [...]
Voar no limite improvável, tocar o inacessível chão.
É minha lei, é minha questão, virar este mundo, cravar este chão.
Não me importa saber se é terrível demais,
quantas guerras terei que vencer por um pouco de paz...
E assim seja lá como for, vai ter fim a infinita aflição
e o mundo vai ver uma flor brotar do impossível chão. "
( Maria Bethânia )
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
( Maria Bethânia )
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E BÉTHÂNIA! rs...Está na trilha sonora do meu novo espetáculo...Show de bola!
Adriano Veríssimo
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